Além dos benefícios já conhecidos para o coração, o vinho
tinto também pode ser um aliado da sua saúde bucal. Pesquisas apontam que a
bebida possui substâncias que combatem as bactérias causadoras da cárie.
Publicada em 2014, o estudo desenvolvido por pesquisadores
do Instituto de Investigação em Ciências da Alimentação de Madri, em parceria
com a Universidade de Zurique, na Suíça, concluiu que os fenois, substâncias
presentes no vinho tinto, apresentam propriedades antimicrobianas, inibindo a
proliferação de bactérias causadoras da cárie.
Para chegar a este resultado, os cientistas mergulharam
biofilmes (culturas de bactérias orais) em soluções com vinho tinto puro, vinho
tinto com extratos de uva, vinho sem álcool e água. As soluções com vinho
apresentaram uma diminuição significativa das populações de bactérias em
relação aos compostos colocados na água.
Em 2008, uma pesquisa semelhante já havia sido realizada
pelo Centro Médico da Universidade de Rochester em Nova York. O estudo observou
a reação de culturas da bactéria Streptococcus Mutans quando mergulhadas em
vinho tinto e em água. As bactérias colocadas no vinho reduziram em 85% a
produção dos ácidos causadores da cárie.
Alerta.
Professor da Faculdade de Odontologia da Universidade
Estadual de Campinas, Marcelo Giannini alerta que é preciso ter calma com os
resultados das pesquisas. Segundo o professor, os resultados de laboratório são
importantes, mas não apontam uma solução única para o problema da cárie. “A
cárie é uma doença multifatorial. Os estudos isolaram as bactérias e
apresentaram bons resultados, mas ninguém pode acreditar que é só tomar vinho e
estará livre do problema.” Ele alerta ainda que a limpeza mecânica, com
escovação e fio dental não pode ser substituída.
No entanto, o professor acredita que as pesquisas podem
auxiliar principalmente as pessoas com maior propensão ao aparecimento de
cáries, como pacientes que realizam quimioterapia ou com baixa salivação.
Quanto à comercialização de produtos para higiene bucal produzidos a partir do vinho,
o dentista acredita que seja um pouco mais complexo. “Demandaria uma série de
estudos, ver como os compostos reagiriam com outros componentes utilizados nas
fórmulas dos produtos.”
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