FONTE: Clarissa Pacheco (clarissa.pacheco@redebahia.com.br), CORREIO DA BAHIA.
De 2008 até
2014, foram feitos 9.867 procedimentos, entre as cirurgias de redesignação
sexual (mudança de sexo), mastectomia (retirada da mama), histerectomia
(retirada do útero).
Uma portaria do Ministério da Saúde autoriza, desde 2008,
que o processo transexualizador seja feito pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Mas, para isso, é preciso que as unidades sejam habilitadas pela pasta e tenham
equipes mínimas, com médico, psiquiatra, endocrinologista, clínico, enfermeiro,
psicólogo e assistente social. Para fazer cirurgias, é exigido ainda um
ginecologista obstetra, urologista e cirurgião plástico.
De 2008 até 2014, foram feitos 9.867 procedimentos,
entre as cirurgias de redesignação sexual (mudança de sexo), mastectomia
(retirada da mama), histerectomia (retirada do útero), plástica mamária reconstrutiva
(incluindo próteses de silicone) e tireoplastia (extensão das pregas vocais
para mudança da voz), além de terapia hormonal.
No entanto, nenhum procedimento foi feito na Bahia. Isso
porque só há cinco hospitais, todos universitários, habilitados para as
cirurgias no país pelo SUS, de acordo com o ministério: o Hospital das Clínicas
de Porto Alegre, HC de Goiânia, HC de Recife, HC de São Paulo e o Hospital
Universitário Pedro Ernesto (RJ). O processo transexualizador exige acompanhamento
ambulatorial com equipe multiprofissional. O usuário do ambulatório precisa
ter, no mínimo, 18 anos, enquanto o candidato à cirurgia precisa ter a partir
de 21 anos.
A cirurgia só é realizada após pelo menos um ano de
acompanhamento do paciente pelas equipes. De acordo com a médica Luciana Barros
Oliveira, o Hospital Universitário Professor Edgard Santos (Hupes), da
Ufba, está tentando firmar parcerias com serviços universitários de
Psicoterapia, para que, quando o ambulatório estiver habilitado, já tenha
condição de realizar os procedimentos em pacientes acompanhados.
Centro de saúde em Salvador oferece atendimento.
Desde o dia 15 de abril, o 14º Centro de Saúde Mário
Andréa, na Sete Portas, atende a transexuais e travestis nas tardes de
sexta-feira. Mas a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) deixa claro que o espaço
não é um ambulatório especializado, já que esse tipo de serviço, de média à
alta complexidade, não compete ao município.
A enfermeira Carolina Barbosa, do campo temático da saúde
da população LGBT da diretoria municipal de Atenção à Saúde, explica que o
centro de saúde oferece atendimento clínico, com acolhimento à demanda
espontânea e encaminhamento para a rede de atenção à saúde. A ideia de oferecer
o atendimento surgiu de uma demanda encontrada por um profissional do projeto
Consultório na Rua.
O paciente é primeiro recebido na unidade por uma
acadêmica de Psicologia, que o encaminha ao médico Fernando Meira. Ele faz os
atendimentos, por enquanto, às sextas-feiras, das 14h às 17h, e também oferece
orientação para hormonioterapia, embora o centro não faça a distribuição destes
medicamentos.
O atendimento é feito por demanda espontânea, mas é
possível buscar mais informações pelo e-mail atendimentoclinicotransaude@gmail.com.
Nenhum comentário:
Postar um comentário