FONTE: Yuri Abreum, TRIBUNA DA BAHIA.
Estado fabrica primeiro exame que vai diagnosticar
o vírus zika em apenas 20 minutos.
Apenas
20 minutos. Esse é o tempo que vai levar agora para saber se o paciente está
infectado com o vírus da zika, através de um teste rápido. A novidade foi
apresentada na manhã de ontem pela Fundação Bahiafarma, órgão vinculado a
Secretaria de Saúde do Estado (Sesab), na sede do Laboratório Central (Lacen),
no bairro de Brotas.
Basta
apenas uma amostra de soro do paciente que é colocado em um pequeno dispositivo
composto por dois cassetes portáteis, sendo que um reage ao anticorpo IgM
(identificando infecções recentes de até duas semanas) e o outro reage ao IgG
(que aponta se o paciente foi infectado há mais tempo).
O
desenvolvimento do teste – que teve início em setembro de 2015 – foi realizado
por meio de uma parceria entre o governo e a empresa sul-coreana Genbody Inc. e
permite a detecção de anticorpos contra o vírus em qualquer fase da doença.
Além do diagnóstico rápido, o teste colabora para o mapeamento epidemiológico
de ocorrência, facilitando ações de combate.
Até
então, o diagnóstico do zika vinha sendo feito apenas por meio da detecção da
presença do vírus em si, pela técnica de laboratório chamada PCR (Proteína C
Reativa). O problema é que o procedimento atual é mais demorado (levando
semanas para ficar pronto), mais caro (custo de dez a 15 vezes maior) e só é
capaz de detectar casos hiperagudos, quando há a presença do vírus na
circulação sanguínea.
De acordo
com a Sesab, até o último dia 5 de maio, foram registrados mais de 36 mil casos
do vírus na Bahia em 2016. Já nos últimos 12 meses, 105 mil casos foram
notificados. Além dos sintomas, a zika também está associada a síndrome de
Guillan-Barré, que compromete o sistema nervoso central, provocando fraqueza
muscular.
“O
impacto à saúde pública é grande, por que hoje você tem uma quantidade de
pessoas com os sintomas e não tem o diagnóstico definitivo, apenas presuntivo,
achando que é a zika, mas que pode ser outra doença. A partir de agora,
principalmente para as mulheres em idade gestacional, ter a informação de que
ela teve ou ainda não teve a infecção pelo zika é extremamente relevante para a
decisão dela de iniciar uma gestação”, comentou o secretário de saúde, Fábio
Vilas-Boas.
Já
autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a
expectativa da Bahiafarma é a realização de, inicialmente, 500 mil testes por
mês atendendo a demanda do Ministério da Saúde. O valor do investimento não foi
divulgado, mas os testes devem estar disponíveis nas unidades de saúde – o
primeiro lote – em até 30 dias, após a ordem de compra por parte do órgão
federal.
“A
inovação mais importante nesse momento é por se tratar do primeiro teste que
pode ser utilizado em larga escala por registro da agência reguladora nacional.
Esse registro realmente traz uma inovação por permitir que a população tenha
acesso a um produto que foi utilizado, testado e desenvolvido no âmbito da
nossa estrutura de ambulatório, que é altamente exigente e considerado, hoje,
um dos melhores do mundo. Isso garante a segurança da população para a
utilização desse produto e a melhor possibilidade de acesso já que, agora, com
o registro da agência, pode ser usado de maneira exponencial”, comentou o
diretor-presidente da Bahiafarma, Ronaldo Dias.
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