quarta-feira, 1 de junho de 2016

BAHIA LANÇA TESTE RÁPIDO DO ZIKA...

FONTE: Yuri Abreum, TRIBUNA DA BAHIA.


Estado fabrica primeiro exame que vai diagnosticar o vírus zika em apenas 20 minutos.

Apenas 20 minutos. Esse é o tempo que vai levar agora para saber se o paciente está infectado com o vírus da zika, através de um teste rápido. A novidade foi apresentada na manhã de ontem pela Fundação Bahiafarma, órgão vinculado a Secretaria de Saúde do Estado (Sesab), na sede do Laboratório Central (Lacen), no bairro de Brotas.
Basta apenas uma amostra de soro do paciente que é colocado em um pequeno dispositivo composto por dois cassetes portáteis, sendo que um reage ao anticorpo IgM (identificando infecções recentes de até duas semanas) e o outro reage ao IgG (que aponta se o paciente foi infectado há mais tempo).
O desenvolvimento do teste – que teve início em setembro de 2015 – foi realizado por meio de uma parceria entre o governo e a empresa sul-coreana Genbody Inc. e permite a detecção de anticorpos contra o vírus em qualquer fase da doença. Além do diagnóstico rápido, o teste colabora para o mapeamento epidemiológico de ocorrência, facilitando ações de combate.
Até então, o diagnóstico do zika vinha sendo feito apenas por meio da detecção da presença do vírus em si, pela técnica de laboratório chamada PCR (Proteína C Reativa). O problema é que o procedimento atual é mais demorado (levando semanas para ficar pronto), mais caro (custo de dez a 15 vezes maior) e só é capaz de detectar casos hiperagudos, quando há a presença do vírus na circulação sanguínea. 
De acordo com a Sesab, até o último dia 5 de maio, foram registrados mais de 36 mil casos do vírus na Bahia em 2016. Já nos últimos 12 meses, 105 mil casos foram notificados. Além dos sintomas, a zika também está associada a síndrome de Guillan-Barré, que compromete o sistema nervoso central, provocando fraqueza muscular.
“O impacto à saúde pública é grande, por que hoje você tem uma quantidade de pessoas com os sintomas e não tem o diagnóstico definitivo, apenas presuntivo, achando que é a zika, mas que pode ser outra doença. A partir de agora, principalmente para as mulheres em idade gestacional, ter a informação de que ela teve ou ainda não teve a infecção pelo zika é extremamente relevante para a decisão dela de iniciar uma gestação”, comentou o secretário de saúde, Fábio Vilas-Boas.
Já autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a expectativa da Bahiafarma é a realização de, inicialmente, 500 mil testes por mês atendendo a demanda do Ministério da Saúde. O valor do investimento não foi divulgado, mas os testes devem estar disponíveis nas unidades de saúde – o primeiro lote – em até 30 dias, após a ordem de compra por parte do órgão federal. 

“A inovação mais importante nesse momento é por se tratar do primeiro teste que pode ser utilizado em larga escala por registro da agência reguladora nacional. Esse registro realmente traz uma inovação por permitir que a população tenha acesso a um produto que foi utilizado, testado e desenvolvido no âmbito da nossa estrutura de ambulatório, que é altamente exigente e considerado, hoje, um dos melhores do mundo. Isso garante a segurança da população para a utilização desse produto e a melhor possibilidade de acesso já que, agora, com o registro da agência, pode ser usado de maneira exponencial”, comentou o diretor-presidente da Bahiafarma, Ronaldo Dias. 

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