FONTE: TRIBUNA DA BAHIA.
O reconhecimento da doença nessa faixa etária
costuma ser difícil, mas com orientação médica é possível recuperar a qualidade
de vida.
O
Brasil conta com 23 milhões de pessoas acima de 60 anos (12,5% da população),
tendendo a chegar aos 64 milhões nessa faixa etária até 2050.
O
aumento do número de idosos no país segue acompanhado pelo diagnóstico de novos
casos de depressão, doença que ainda figura como problema psiquiátrico mais
comum na terceira idade.
A
médica psiquiatra do Espaço Nelson Pires, Elis Rebouças, explica que prevalece
a errônea crença de familiares, profissionais de saúde e, por vezes, do próprio
paciente, de que a depressão é uma consequência natural do envelhecimento.
“Muitos
pacientes deixam de receber tratamento adequado por conta desse pensamento
equivocado. O diagnóstico correto levará em conta o estado de saúde física,
estado cognitivo, condições socioeconômicas e situação familiar”, complementa a
psiquiatra.
De
acordo com a psiquiatra, é comum idosos com quadro depressivo apresentarem
características clínicas diferentes, em relação aos indivíduos mais jovens,
como queixas somáticas (sintomas sem doença correlata diagnosticada), dores
crônicas, distúrbios de sono e apetite.
“Alguns
destes sintomas muitas vezes estão relacionados a alterações inerentes ao
processo de envelhecimento ou, ainda, a outras patologias orgânicas
preexistentes, como doença de Parkinson e Acidente Vascular Cerebral”, detalha
a especialista.
A
depressão é uma das causas mais frequentes de suicídio na terceira idade, com
estimativa de ser duas vezes maior o risco de suicídio nos pacientes idosos
deprimidos em relação aos que não apresentam a doença.
O
tratamento da depressão contempla abordagens biológicas (uso de medicamentos,
terapias de neuroestimulação) e psicossociais, além de atividade física regular
e planejada, tudo com objetivo de reduzir os sintomas da depressão e o risco de
recaída e recorrência, bem como garantir a melhora da qualidade de vida do
idoso.
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