Quem
já teve infecção de urina sabe que a ardência ao urinar é
um sintoma característico e bastante incômodo. Contudo, o que muita gente não
sabe é que a dor ao fazer xixi nem sempre aparece como um sintoma do quadro, o
que faz com que muitas pessoas acabem recebendo o diagnóstico tardiamente.
A
doença é mais comum nas mulheres porque elas têm a uretra bem menor que a dos
homens, o que facilita a penetração de bactérias.
O que
é infecção de urina?
De
acordo com o urologista Guilherme Maia, a infecção de urina é
um processo infeccioso de crescimento de bactérias no
trato urinário que pode acometer qualquer parte do sistema (rim,
ureter, bexiga e uretra).
Apesar
da infecção poder atingir qualquer uma dessas partes, é mais comum
que ocorra no sistema inferior, que é composto por uretra e bexiga.
“Isso
por conta da facilidade de penetração das bactérias e dificuldade de ela
percorrer o caminho inverso ao fluxo urinário, que vem dos rins, passa
pelo ureter, depois pela bexiga e por último pela uretra”, explica o
especialista.
Tipos de infecção.
Quando
a infecção é diagnosticada apenas na bexiga, ela é chamada de
cistite. Quando afeta a uretra, é denominada uretrite. Nos casos em que
a infecção sobe para o rim, a doença é chamada de pielonefrite.
Segundo
Maia, a infecção no sistema superior (rim e ureter) geralmente
acontece quando a doença não é tratada de início e é mais comum em pacientes
diabéticos, imunodeprimidos ou com qualquer alteração que diminua a
imunidade.
Por
isso, é fundamental procurar um especialista assim que houver qualquer sintoma
de infecção de urina.
Sintomas
incomuns.
Além
da ardência ao fazer xixi, urgência e incontinência urinárias, sangue
na urina, dor no baixo ventre e perto do púbis, mal-estar e falta de vontade
de comer também são sintomas
de cistite.
Quando
a infecção afeta outras partes do sistema urinário, febre, dor
nas costas e fraqueza muscular são outros sintomas que podem aparecer.
“A
pessoa com infecção de urina não precisa apresentar todos
os sintomas. Apenas um deles já é indicativo de uma possível infecção.
Idosos e diabéticos geralmente têm poucos sintomas”, esclarece Maia.
Diagnóstico da doença.
Para
confirmar se a pessoa está mesmo com o quadro, ela deve fazer exames
de urina e também de sangue. As alterações mais significativas
costumam ser o aumento de creatinina e de leucócitos, mas o diagnóstico deve
ser feito sempre por um médico.
Complicações.
Quando
não tratada, a infecção pode passar para o sangue, causando uma
urosepsis, que é letal. “O caminho da infecção é da uretra para a bexiga,
da bexiga para o ureter, do ureter para o rim e quando ela sai de lá sem ter
sido tratada corretamente, vai para o sangue, o que pode provocar uma
bacteremia, que é difícil de ser tratada”, explica o urologista.
Quando
acontece esta complicação, a pessoa pode sofrer desmaios, ter queda ou aumento
da pressão, dores nas costas, febre, calafrio, sonolência, entre outros
sintomas sistêmicos.
Como tratar
infecção de urina.
O
tratamento é feito com remédio antibiótico e costuma durar de 3 a 7 dias em
mulheres saudáveis e em idade reprodutiva. Em homens, grávidas, idosas e
pessoas com câncer, cálculo renal e diabetes, o tratamento pode demorar até 21
dias.
Infecção após
relações sexuais.
De
acordo com o urologista, é comum
as infecções de urina surgirem de 1 a 2 dias após relações
sexuais porque o trauma do ato sexual na uretra, que é a entrada do
canal urinário, deixa a mucosa friável - isto é, faz com que ela se
fragmente mais facilmente e, com isso, “puxe” as bactérias para dentro.
Infecção de repetição.
Caso
isso aconteça frequentemente, é necessário procurar um ginecologista ou
urologista para avaliar o que pode ser feito a fim de prevenir a doença ou se a
recorrência da doença é devido a algum outro problema de saúde.
“É
considerado infecção de urina de repetição quando acontece
duas ou mais vezes no período de 6 meses ou 3 ou mais vezes dentro de um ano.
Nestes casos, é preciso investigar”.
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