Quer
secar gordura? Substituir açúcar e carboidratos simples por gorduras boas e fibras na
alimentação é certeiro para perder peso e manter o pique no treino. Agora,
imagine descobrir que com isso você também fica mais inteligente, focada e
bem-humorada… O neurologista americano David Perlmutter – autor dos
livros A Dieta da Mente e A Dieta da Mente para a
Vida, ambos da editora Paralela – defende que evitar alimentos
inflamatórios, como açúcar e farinha refinada, faz bem para o corpo e para a mente.
“Por
causa deles, são liberadas no organismo substâncias que levam ao mau
funcionamento e à destruição de células. E o cérebro é um dos órgãos mais
sensíveis a esses efeitos”, afirmou o médico em entrevista exclusiva à BOA
FORMA. Com a ajuda de David e novas pesquisas sobre a relação entre comida
e saúde mental, indicamos os nutrientes que estão liberados e devem ir para
o prato de toda mulher inteligente – e os que não são tão bem-vindos.
Fazem bem para o cérebro.
Gorduras.
Toda fã da dieta cetogênica sabe: comer pouco carboidrato estimula o
organismo a utilizar a gordura estocada como combustível e, com isso, entrar em
estado de cetose. O fenômeno estimula o aumento do número de mitocôndrias (a
fábrica de energia das células), o que, segundo David Perlmutter, torna o
cérebro até 25% mais eficiente.
Já a
gordura colocada no prato, até mesmo a saturada (consumida dentro do limite –
10% das calorias diárias totais, de acordo com a Organização Mundial da Saúde),
funciona como matéria-prima da vitamina D. “Quando o nível dessa substância indispensável à saúde
mental está baixo, aumenta o risco de depressão e demência”, diz.
Coma
isto:
Azeite de oliva, óleo de coco, ghee (manteiga clarificada),
ovo, abacate, castanhas, sementes e peixes gordos.
Fibras
prebióticas.
Não
basta você ter bactérias boas no intestino, é preciso alimentá-las. As fibras não digeríveis servem
de comida para a microbiota. “Estima-se que, para cada 100 gramas consumidos
dessas substâncias, sejam produzidos 30 gramas de bactérias probióticas”,
diz David.
Coma
isto: Folhas verdes, brócolis,
couve-de-bruxelas, alcachofra, cogumelo, feijões, vagens, grão-de-bico, cebola,
alho, aspargo, aipo, alho-poró, pimentão, pepino, tomate, abobrinha, abóbora,
berinjela e limão.
Probióticos.
A relação entre o intestino e o cérebro vai além daquele mau
humor pesado que bate depois de vários dias sem ir ao banheiro – #QuemNunca?
Equilibrar a microbiota com a ingestão de probióticos regula a liberação de
hormônios, como a insulina (responsável por levar a glicose do sangue para
dentro das células, onde ela é usada como fonte de energia). Quando a produção
desse componente tem picos, o nível de açúcar no sangue cai demais,
desencadeando mal-estar físico e pane do cérebro – você sente cansaço mental e
dificuldade de concentração, por exemplo.
Uma
pesquisa da Universidade Stanford, nos Estados Unidos, revelou ainda que as
bactérias da mucosa do intestino regulam a imunidade do corpo todo, inclusive
da barreira que protege o cérebro contra a invasão de substâncias nocivas, e
garante a saúde do sistema nervoso central.
Coma
isto:
Iogurtes e leites enriquecidos com culturas de bactérias
vivas, kefir, vegetais em conserva (como chucrute, que é repolho fermentado),
além de suplementos com diferentes tipos de lactobacilos e bifidobactérias.
Pense antes de consumir.
Glúten
Existe
uma polêmica entre os nutricionistas sobre a necessidade real das pessoas
diminuírem a proteína do trigo na dieta. Mas,
para David Perlmutter, não se trata de modinha. Ao
contrário, o neurologista acredita que mesmo quem não é alérgico ou intolerante
ao glúten vai se beneficiar da baixa ingestão. Segundo ele, a
proteína adere ao revestimento intestinal. “Isso deixa o órgão mais permeável e
abre caminho para que toxinas e outros elementos escapem para a corrente
sanguínea, afetando o funcionamento do organismo.”
O
estrago poderia se manifestar na forma de dor de cabeça, cansaço e ansiedade.
“Ao paciente que chega ao consultório com esses sintomas, oriento evitar o
glúten e recomendo a retirada completa para aqueles que apresentam
sensibilidade ao ingrediente”, diz o médico.
Em vez
disto: Pães, massas, biscoitos
e bolos
feitos com farinha de trigo branca ou integral, centeio, cevada, cuscuz
marroquino e cerveja (a maior parte das comidas e bebidas industrializadas
contém glúten).
Coma
isto: Quinua,
amaranto, arroz, trigo-sarraceno e painço são grãos sem glúten. A aveia é livre
dele, mas pode ser contaminada porque costuma ser processada nas mesmas
máquinas que o trigo. Cheque na embalagem a procedência do produto.
Carboidratos
simples.
É difícil desapegar do pãozinho e das massas. Para David,
eles são dispensáveis – o organismo obtém energia de outras fontes, que se
transformam em glicose lentamente e saciam mais. Porém, o maior motivo para
cortá-los de vez do cardápio é que, como estimulam a produção de insulina, os carbos
simples estão relacionados a doenças metabólicas que prejudicam o cérebro. Além
disso, a maioria das fontes deles contém glúten.
Em vez
disto: Pães, bolos, massas e
biscoitos feitos com farinha refinada, barrinhas com açúcar, gelatinas e
refrigerantes.
Coma
isto: Frutas, verduras e
legumes in natura, leguminosas (feijão, lentilha, ervilha) e grãos integrais.
Açúcar.
Ele traz felicidade agora, mas, a longo prazo, deixa você
para baixo.
“Em
excesso, a glicose torna o cérebro suscetível a doenças degenerativas”, afirma
o neurologista. O açúcar ainda está associado a diabetes e
obesidade – estudo da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) apontou mais:
um elo entre essas doenças e transtorno bipolar
e alterações no humor.
Em vez
disto: Todos os tipos de
açúcar (branco, mascavo, demerara, xarope de milho), mel, melado, caldo de cana
e suco concentrado de frutas.
Coma
isto: Frutas pobres em açúcar
(frutas vermelhas, pera, limão, abacate, kiwi), estévia e chocolate 70% cacau
ou mais.
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