quinta-feira, 19 de outubro de 2017

10 EXEMPLOS MOSTRAM CLARAMENTE A DIFERENÇA ENTRE TRISTEZA E DEPRESSÃO...

FONTE: *** Heloísa Noronha, Colaboração para o UOL, (http://estilo.uol.com.br).


Há uma linha muito tênue que separa a tristeza da depressão. Autoconhecimento é fundamental para se dar conta, por exemplo, de que o baixo astral já dura há algum tempo e que o cansaço e a apatia parecem mais intensos do que o normal. Entenda quais são as principais diferenças para saber se precisa buscar ajuda.

1. Definição.

Tristeza: é um sentimento.

Depressão: é uma doença.

2. Intensidade.

Tristeza: assim como a dor, a raiva e o medo, cada um sente de um jeito.

Depressão: usando a própria experiência com a tristeza como parâmetro, a pessoa percebe que é muito mais intenso. Pensamentos recorrentes: "isso me derrubou, eu não sou assim", "achava que era frescura", "não consigo pensar ou decidir" e "só penso em coisas ruins".

3. Motivos.

Tristeza: a relação com o evento que a desencadeia é clara. A origem pode ter sido um rompimento amoroso, uma briga com um amigo, uma chateação no trabalho, saudade de uma fase mais feliz... Em alguns dias, simplesmente acordamos com o pé esquerdo. Porém, sempre é possível se recompor, pensar ou fazer outra coisa e espantar a tristeza.

Depressão: pode haver um fator desencadeante, mas muitas vezes não há. Pelo menos, não claramente. A depressão pode aparecer mesmo que a vida da pessoa esteja sem problemas relevantes. Isso não quer dizer que não haja, de fato, razões para estar deprimido. O que pode ou não se perceber é o tal "gatilho".

4. Sintomas.

Tristeza: nem sempre é fácil distinguir os momentos de cansaço, preocupação e desânimo (reações normais do nosso corpo e da nossa mente às demandas da vida cotidiana) de sintomas depressivos, que seriam reações patológicas ou anormais.

Depressão: caracteriza-se pela presença de um conjunto de sinais e sintomas que se mantêm por pelo menos duas semanas consecutivas, dificultam a capacidade de dar conta do dia a dia e torne o jeito de ser da pessoa diferente do habitual. Parece que tiraram sua energia e jogaram fora. Nada muda seu humor e a irritabilidade não passa. Outros sinais: dificuldade para dormir, alterações de apetite, fadiga, perda do interesse pela vida em geral, negativismo, pessimismo, ansiedade elevada e, em alguns casos, pensamentos suicidas.

5. Duração.

Tristeza: em geral, vai embora em até duas semanas.

Depressão: os sintomas não passam. Há casos em que podem até passar, mas sem o tratamento adequado demoram muito mais tempo. Pode levar até anos. E, com muita frequência, os sintomas que parecem ter cessado voltam (recaída). Ou parecem que vão melhorar e redobram de intensidade, algo a que os especialistas dão o nome de recrudescência. O pior dano é a permanência para toda a vida de sintomas que viraram crônicos.

6. Jeito de lidar com o luto.

Tristeza: quando há uma perda, a aceitação acontece de maneira mais breve, sendo possível dar continuidade a vida sem grandes prejuízos. Aquela dorzinha da saudade pode permanecer, mas em um nível que não impede a pessoa de seguir em frente.

Depressão: as perdas são mais difíceis para a sua elaboração, prolongando a dor, trazendo a sensação de que aquele episódio é recente, mesmo que seja um luto antigo.

7. Apatia.

Tristeza: em momentos de reflexão sobre escolhas na vida, a tristeza pode aparecer quando o caminho a ser trilhado ainda não está bem definido ou decidido, acarretando incertezas.

Depressão: a pessoa não consegue fazer planos e projetos de vida, sejam eles profissionais ou pessoais, carregando a sensação de desesperança e grande vazio.

8. Pensamentos.

Tristeza: mesmo numa fase baixo-astral, a pessoa consegue mesclar os pensamentos tristes com ideias construtivas e felizes, cultivando novamente a esperança.

Depressão: o pensamento do deprimido costuma recordar, com mais frequência, momentos nos quais houve desistências, perdas, erros e derrotas. As imagens mentais que surgem se concentram apenas no que foi negativo para a pessoa, gerando culpa.

9. Impacto nos relacionamentos.

Tristeza: a pessoa restringe contatos e evita algumas situações sociais. Mas, logo que a tristeza passa, as relações são retomadas.

Depressão: as relações tornam-se mais distantes. A pessoa vai ficando cada vez mais calada, pouco disponível a encontros e bate-papos com as pessoas. Não raro, prejuízos começam a aparecer no trabalho e na família.

10. Tratamento.

Tristeza: na infância, pais ou cuidadores suavizam nossa tristeza com beijinhos, abraços e palavras de consolo. Aprendemos a aceitar, enfrentar e superar e usamos esses recursos durante toda a vida. A tristeza também pode ser driblada com lazer, programas divertidos, companhia dos amigos.

Depressão: as causas da depressão, muitas vezes, não são identificadas em um primeiro momento, por isso é importante buscar ajuda profissional. Precisa ser tratada com terapia, medicamentos e mudanças nos padrões de vida. E, em alguns casos, com a orientação da família.


*** Fontes: Barbara Bastoni dos Santos, psicóloga do Hospital Assunção da Rede D’Or São Luiz; Guido Boabaid May, psiquiatra e CEO do laboratório GnTech; Licia Milena de Oliveira, psiquiatra e professora dos cursos preparatórios Medcel, e Luiz Scocca, psiquiatra membro da ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria)

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