Representante
da Anvisa defende regulamentação da composição dos produtos.
Debatedores
pediram alternativas regulatórias e maior conscientização em relação ao uso de
bebidas energéticas. O alerta foi feito na quinta-feira (19), durante audiência
pública da Comissão de Legislação Participativa da Câmara dos Deputados,
proposta pelo Instituto Cuidar Jovem.
Segundo a
entidade, a bebida energética é a quarta droga mais consumida no País. O
presidente do Instituto, Marcos Muccillo Daudt, ressaltou que droga é um
elemento considerado nocivo para a saúde e por isso a bebida energética se
encaixa na categoria.
Ele apontou, por exemplo, a baixa idade dos consumidores
e a mistura com bebidas alcoólicas.
“A pauta não é o
álcool, que é crime o consumo por menor de idade, mas ele está intrinsicamente
ligado aos energéticos”, afirmou. “Precisamos de campanhas sobre os perigos das
bebidas energéticas, incluindo advertência nos rótulos. Assim poderá ter uma
maior proteção da saúde pública”, pediu Daudt.
Energético
com álcool.
O coordenador de
Saúde Mental, Álcool e outras drogas do Ministério da Saúde, Quirino Cordeiro
Júnior, disse que as bebidas energéticas são, muitas vezes, associadas ao
álcool, por potencializar o efeito da bebida. “A mistura pode alavancar os
sintomas negativos, já que ambas agem no sistema nervoso central”, explicou.
Ele ainda citou
sintomas que são possíveis observar em jovens que consomem energético. “O uso
dessas substâncias, antes restritas em situações de festas, tem ganhado o dia a
dia dos jovens. Não tem sido incomum eles se comportando de forma impulsiva ou
disruptiva, inquietos, sem concentração, com alteração no apetite, com enurese
noturna, dentre outros efeitos”, disse.
Rotulagem.
A gerente geral
de Alimentos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Thalita
Antony de Souza Lima, ressaltou a importância da regulamentação da composição e
da rotulagem das bebidas energéticas. “Essas medidas possuem um papel
importante na proteção da saúde dos consumidores. Além disso, é necessário
avaliar as causas, a fim de elaborar alternativas regulatórias que sejam
efetivas e proporcionais para enfrentar os problemas”, completou. Ela também
disse que, no Brasil, existem requisitos de composição, onde se estabelece
limite de concentração das substâncias, e da rotulagem, com frases de
advertências.
O deputado
Nelson Marquezelli (PTB-SP), que presidiu a audiência, disse que o investimento
educativo deve ser priorizado. “A pessoa que toma energético, está tomando
porque acha que vai ficar melhor. Sem um conhecimento e a falta de uma
educação, eles vão continuar tomando achando que faz bem”, afirmou.
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