FONTE: Da Redaçãohttp://leiamais.ba
Há terapias avançadas
para o tratamento de feridas complexas.
De acordo com a Federação
Internacional de Diabetes (IDF), o Brasil tem aproximadamente 14
milhões de pessoas vivendo com a doença1. Nesse universo, cerca de 1
milhão de pacientes desenvolverão úlceras e 200 mil precisarão passar por
amputações, das quais cerca de 40 mil levam o indivíduo a óbito.
O risco de um pessoa
com diabetes sofrer uma amputação é 25 vezes maior do que o de um
indivíduo sem a doença, sendo que cerca de 10% dos pacientes podem sofrer
amputação de membros inferiores, causados pelo pé diabético – infecção,
ulceração ou qualquer tipo de destruição dos tecidos dos pés3.
“Esses números são muito
preocupantes. Infelizmente, ao não controlar adequadamente a glicemia (nível de
açúcar no sangue) e o uso correto de medicamentos, criam-se condições para o
aparecimento de complicações que afetarão sensivelmente a qualidade de vida do
paciente e da sua família”, esclarece o presidente da Associação Nacional de
Atenção ao Diabetes (ANAD), Dr. Fadlo Fraige Filho.
Entre as complicações
microvasculares da doença estão os danos nos nervos – que podem levar à diminuição
da sensação de dor e agravar feridas existentes nos pés – nos rins e nos olhos
– que podem evoluir para insuficiência renal e cegueira, respectivamente.
Ainda de acordo com dados do
Ministério da Saúde, entre 40% e 70% de todas as amputações das extremidades
inferiores estão relacionadas ao diabetes, sendo que 85% delas são
precedidas de uma ulceração nos pés. “Se essas lesões fossem evitadas ou
tratadas adequadamente na fase inicial seria possível impedir a perda do
membro, por isso é tão importante a prevenção e o controle do diabetes”,
complementa o presidente da ANAD.
O problema, no entanto, é muito
mais grave, pois de 15% a 19% dos pacientes submetidos a uma amputação não
sabiam que tinham diabetes e foram diagnosticados apenas quando a
lesão se tornou crônica e complexa3. Um em cada dois portadores
de diabetes não sabe que tem a doença.
O pé diabético também representa
um problema econômico significativo, principalmente se a amputação resultar em
hospitalização prolongada e reabilitação, além dos custos indiretos, relativos
à perda de produtividade do paciente, às despesas individuais e à perda de
qualidade de vida.
No Brasil, estimativas indicam
que os custos com o diabetes chegam a US$ 3,9 bilhões ao no, sendo
que o Sistema Único de Saúde (SUS) gasta cerca de US$ 2.108,00 por paciente
diabético em atendimento ambulatorial2.
As taxas de amputação podem ser
reduzidas em mais de 50% se forem tomados cuidados simples, como controlar a
glicemia, inspecionar pés e calçados e visitar o médico regularmente.
É importante aderir ao tratamento
do diabetes que também inclui examinar periodicamente os pés e não
minimizar feridas e lesões, que devem ser analisadas por um profissional de
saúde para que recebam o tratamento adequado.
Considerado uma ferida complexa –
lesão aguda ou crônica que geralmente não cicatriza espontaneamente –, o pé
diabético é um problema vascular grave e na maioria dos casos exige uma
abordagem multidisciplinar.
Embora ainda sejam pouco
difundas, estão disponíveis no mercado soluções inovadoras para tratar feridas
complexas, como curativos avançados com propriedades antimicrobianas, antiodor,
regenerativa ou hidratante, que favorecem a cicatrização.
Também existem tecnologias que
podem ser utilizadas no ambiente hospitalar ou no tratamento domiciliar. A
terapia por pressão negativa, que utiliza a pressão controlada e localizada
sobre a lesão por meio de um curativo de espuma coberto por uma película e
ligado a um sistema de drenagem, atua juntando as bordas da ferida, retirando o
excesso de líquidos e promovendo a formação de tecidos.
Já a câmara hiperbárica usa
oxigênio com pressão acima da pressão ambiente para ajudar a tratar vários
tipos de lesões que não cicatrizam.
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