FONTE: *** Carolina
Prado e Veridiana Mercatelli, Colaboração para o UOL, (http://estilo.uol.com.br).
O sexo
ainda é um tabu porque falamos muito pouco sobre o assunto. “Os
preconceitos que existem são prejudiciais para o desenvolvimento da vida sexual
do ser humano. Pode ser muito saudável conversar, trocar informações e
compartilhar dúvidas e angústias sobre sexo”, diz o psicólogo Rafael Gomes de
Oliveira. Mas, antes de
sair por aí abrindo o coração com qualquer um sobre suas desventuras na
cama, é bom lembrar: existem amigos e amigos. Falar com alguém em quem confia,
que ouve sem julgamentos e que não vai passar para frente suas histórias faz
toda a diferença.
Para ficar fácil.
Sexo é algo natural e faz parte da vida. Se você
aceitar isso, será mais tranquilo se abrir com um amigo de confiança, sem culpa
ou vergonha. Mas, segundo a psicóloga e especialista em sexualidade Andrea
Alves, é melhor tratar desse assunto pessoalmente. Na internet, sempre aumenta
o risco de os seus comentários irem parar em mãos erradas. “Por mais que o
outro seja amigo, não dá para ter certeza do que ele vai fazer com as
informações enviadas”, diz a psicóloga. Além disso, há o risco de alguém ler
suas histórias sem o seu amigo saber, se as mensagens estiverem no celular
dele, por exemplo.
Questões comuns.
É nessa conversa que você vai descobrir que seu
amigo, provavelmente, já passou por situações semelhantes às suas. Ou, então,
que ele conhece alguém que já saiu dessa. E, talvez, ele possa até ajudar você
a encontrar uma solução. Essa é a grande vantagem de dividir suas aflições
sobre a vida sexual com alguém em quem confia. Claro, desde que seu amigo
consiga contribuir de maneira positiva, esclarecendo a dúvida ou indicando o
caminho para isso. “As mulheres, por exemplo, acham que são anormais por não terem
orgasmos com penetração. Elas não sabem que a maioria das mulheres não tem
orgasmo com penetração. Então, trocar uma ideia com uma amiga pode ajudar a se
sentir melhor”, conta Andrea.
Até onde se
expor.
Seja qual for a sua questão, é importante
escolher bem suas palavras e a forma como fala. “Algumas vezes, nós não sabemos
direito o que está acontecendo conosco e já vamos com muita angústia acumulada
para essa conversa. Assim, podemos desrespeitar a nós mesmos e ao par, sem nos
darmos conta”, alerta Priscila Junqueira, psicóloga, especialista em
sexualidade humana. Ela indica que se pense um pouco sobre o assunto, para
entender exatamente o que está acontecendo, antes de pedir a ajuda de um amigo.
Outro cuidado é evitar detalhes muito íntimos. Até para não deixar o amigo
desconfortável. “Ele não precisa, por exemplo, saber o tamanho do pênis do seu
par”, diz Andrea. A menos que essa seja a característica que está causando
problemas entre vocês.
E se cair na boca
do povo?
Segundo o psicólogo Rafael Gomes de Oliveira, o
primeiro passo é tentar entender porque seu amigo compartilhou uma informação
tão íntima sua. “O amigo pode não ter intenção de prejudicar a imagem do outro,
mas a questão do sigilo pode não ter ficado tão clara para ele. Uma boa
conversa pode evitar que a amizade acabe e que o problema venha a acontecer
novamente”, diz o psicólogo. Agora, se o seu confidente parecer não ligar para
o estrago que fez, talvez seja bom rever a amizade ou, apenas, filtrar um pouco
melhor o que diz a essa pessoa.
Na falta de
amigos.
Digamos que seu amigo não tirou suas dúvidas ou,
então, que você não teve coragem suficiente para abrir o jogo com ele. Nesse
caso, a melhor saída é procurar uma terapia sexual específica -- se for o caso
de alguma disfunção, como vaginismo, ejaculação precoce, impotência -- ou uma
psicoterapia. “Hoje, temos diversos profissionais capacitados, como psicólogos,
sexólogos, endócrinos, urologistas e ginecologistas, prontos a auxiliar nessas
questões”, conta Rafael.
*** FONTES: Andrea P. Alves, psicóloga,
especialista em sexualidade, coordenadora do Domus - Centro de Terapia e
Família. Priscila Junqueira, psicóloga, especialista em sexualidade humana e
professora da USF-Campinas. Rafael Gomes de Oliveira, psicólogo.
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