FONTE: Do UOL, em São Paulo, http://noticias.uol.com.br
A OMS (Organização
Mundial da Saúde) afirmou que o canabidiol, composto presente na maconha, não
causa dependência química. Segundo o órgão, há evidências científicas de que o
canabidiol possui efeitos distintos de outros canabinóides (compostos presentes
na maconha) que possuem ação psicoativa, como o tetraidrocanabinol, por
exemplo.
O tetraidrocanabinol
(ou THC), é a principal substância psicoativa encontrada nas plantas do gênero cannabis. Ele possui
efeitos cognitivos e gera euforia e mudanças na percepção. Já o canabidiol (ou
CBD), que constitui grande parte da planta, não provoca mudanças de humor e
comportamento, de acordo com a OMS. Assim, ele "não é susceptível de ser
abusado", diz o órgão.
Segundo a OMS, braço
da ONU (Organização das Nações Unidas) para a saúde, existe interesse no uso de
maconha (cannabis) para tratamentos médicos e cuidados paliativos. "A
OMS, nos últimos anos, reuniu evidências científicas mais robustas sobre o uso
terapêutico e os efeitos colaterais da cannabis e dos componentes da cannabis", diz o órgão.
"Evidências
recentes de estudos com animais e humanos mostram que seu uso poderia ter algum
valor terapêutico para convulsões devido a epilepsia e condições
relacionadas", afirma a OMS.
Contudo, para a OMS,
as evidências atuais ainda não permitem uma recomendação do canabidiol para
tratamentos médicos. O órgão afirmou que uma revisão mais completa sobre
compostos de canabidiol será feita até maio de 2018, "quando o comitê
realizará uma revisão abrangente da cannabis e das substâncias relacionadas à cannabis".
A atual revisão da
OMS foi feita pelo Comitê de Peritos em Dependência de Drogas (ECDD, na sigla
em inglês), que se reúne uma vez por ano. No último encontro, realizado em
novembro, foram revistos posicionamentos sobre diversas substâncias psicoativas,
incluindo novas drogas sintéticas.
Nova droga.
O ECDD incluiu o
carfentanil, substância sintética análoga a outros opioides, na relação de
drogas da ONU. Opioides são compostos químicos que produzem efeitos semelhantes
aos do ópio ou de substâncias nele contidas, embora não sejam derivados do
ópio, como é a heroína.
O carfentanil é uma
substância produzida para aplicação veterinária e é usada para conter e
capturar grandes animais, como elefantes. "Embora nunca tenha sido
concebido para uso humano, a substância passou a ser utilizada de forma
ilícita", diz a OMS".
Segundo o órgão, o
carfentanil "é mais frequentemente tomado com heroína ou por usuários que
acreditam que estão tomando heroína ou outros opiáceos ilícitos". A
substância foi listada como sujeita a medidas rigorosas de controle de drogas,
como proibição de produção e fornecimento.
"O carfentanil
pode produzir efeitos letais em doses extremamente pequenas, equivalente a
alguns grânulos de sal, e tem potencial uso como arma química. Pode, portanto,
ser altamente tóxico e tem sido associado a centenas de óbitos e intoxicações,
principalmente na América do Norte", afirma o relatório.
Um análogo do
carfentanil, o fentanil, foi recentemente associado ao aumento de mortes por
overdose. Segundo o Centro de Controle de Doenças dos EUA, as overdoses de
opioides mataram cerca de 64 mil pessoas no país em 2016, um aumento de 22% em
relação ao ano anterior. A maioria dessas mortes está ligada ao uso de opioides
sintéticos.
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