O corpo feminino, quando entra na menopausa
--diagnosticada após um período de 12 meses sem menstruação--, passa por muitas
transformações e boa parte delas é causada por alterações hormonais.
Os ovários, que antes eram o principal gerador de
estrogênio, o hormônio feminino, deixam de funcionar. Com isso, há uma queda
acentuada na formação dessa substância. Já a produção de testosterona, o
hormônio masculino (que também é produzido normalmente por mulheres, mas em
pouca quantidade), não decai de maneira exacerbada. Por isso,
proporcionalmente, passa a ter sua importância acentuada.
Essas alterações hormonais trazem mudanças
importantes na constituição física feminina e a distribuição de gordura no
corpo passa a obedecer um padrão masculino, acumulando-se na barriga e não mais
nos quadris, no bumbum, nas coxas e mamas. É por isso que o corpo de uma mulher
na menopausa assume formas típicas masculinas, com pernas finas e barrigas
redondas e avantajadas.
A má notícia é que essa gordura abdominal é
perigosa. Ela pode se acumular entre as vísceras e causar uma série de doenças,
como o diabetes tipo 2, complicações cardíacas e até câncer.
Tem solução?
Os hormônios, no entanto, não são os únicos
culpados pela barriguinha da menopausa. O metabolismo naturalmente mais lento,
aliado ao sedentarismo e à má alimentação também são fatores-chave para que
esse acúmulo aconteça. Além disso, há casos de mulheres que ficam deprimidas ou
ansiosas nessa fase e acabam comendo mais, às vezes até sem perceber.
A melhor estratégia é se preparar: procure chegar à
época do climatério (período que antecede a menopausa, por volta dos 47 anos,
em média) em boa forma e manter-se assim pelos anos seguintes. Se já passou
pela menopausa, é preciso adquirir uma rotina de exercícios físicos por pelo
menos 30 minutos, três vezes por semana e em ritmo moderado a intenso. Cuide da
alimentação, evitando gorduras saturadas, carboidratos simples e açúcares.
A reposição hormonal acaba ajudando também, no
entanto, para um abdômen avantajado, não é indicada como solução. A terapia tem
como propósito amenizar os sintomas da menopausa, como ondas de calor e
insônia, e não fazer perder barriga.
*** Fontes: Maria Celeste Osório Wender,
presidente da comissão de Climatério da Febrasgo (Federação Brasileira das
Associações de Ginecologia e Obstetrícia); José Maria Soares Junior, professor
associado do setor de Ginecologia Endócrina e Climatério da Faculdade de
Medicina da USP; Lúcia Costa Paiva, ginecologista responsável pelo Ambulatório
de Menopausa da Unicamp.
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