Os outros R$ 100 bilhões em negociação com o governo seriam repassados
no segundo semestre.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)
apresentou ao governo uma proposta para devolver, ainda no primeiro semestre
deste ano, R$ 30 bilhões em empréstimo feitos no passado pelo Tesouro Nacional
ao banco.
Os outros R$ 100 bilhões em negociação com o governo seriam repassados
no segundo semestre. A proposta foi feita esta semana ao Ministério da
Fazenda.Depois do “Fla-Flu” entre o banco e a equipe econômica em torno da
devolução antecipada dos empréstimos, a relação começou a azeitar no final do
ano passado, quando ficou em evidência a necessidade do dinheiro para que o
governo cumpra a chamada regra de ouro do Orçamento.
Esse mecanismo previsto na constituição impede o governo de emitir
dívida para pagar despesas correntes, como salários, e do dia a dia da
administração da máquina pública.”Tenho certeza absoluta de que essa devolução
vai acontecer”, disse ao Broadcast (serviço de notícias em tempo real do Grupo
Estado) o diretor da área financeira e internacional do BNDES, Carlos Thadeu de
Freitas.
“O grande ponto é que o Tesouro emprestou uma série de recursos e agora
vamos devolver tudo”, acrescentou. Em 2017, o banco já pagou R$ 50 bilhões à
União, o que ajudou a cumprir a regra de ouro no ano passado.A proposta de
cronograma ainda não foi totalmente fechada e dependerá ainda do ritmo de
desembolsos do banco.
A percepção de Freitas é que o valor liberado pelo BNDES este ano não
deve ser muito alto em termos históricos. Em 2017, os desembolsos ficaram em
cerca de R$ 75 bilhões, e a expectativa para este ano é de que fiquem entre R$
85 bilhões e R$ 90 bilhões. No auge da política de crédito subsidiado pelo
governo, entre 2013 e 2014, o banco chegou a desembolsar cerca de R$ 190
bilhões ao ano.
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