Os malefícios de uma noite mal dormida vão muito
além de cansaço, irritação e muitos bocejos no dia seguinte. Ter poucas horas
de sono também afeta a pressão arterial e aumenta o risco de hipertensão. A
doença, mais conhecida como pressão alta, é um mal silencioso e não possui
sintomas --o que dificulta o diagnóstico. Ela é fator de risco para problemas
cardiovasculares, como arritmia cardíaca, AVC e infarto.
Por que o sono tem tudo a ver com
o coração?
Quando dormimos, nosso organismo descansa e se
restabelece por completo, incluindo aí o coração e o cérebro. Nas fases
profundas do sono, os hormônios que controlam a circulação são produzidos.
Se você dorme mal (menos de seis horas por noite), o nível dessas substâncias
cai e o fluxo sanguíneo é afetado. Isso acontece pois o sistema nervoso
simpático não é desligado, ou seja, o corpo entende que o cérebro e o coração
não devem descansar e mantém a pressão arterial e a frequência cardíaca
elevadas.
Mas fique tranquilo. É preciso bem mais do que uma
noite mal dormida para sofrer com esses males. O problema é dormir pouco e ter
um sono de má qualidade constantemente.
E é exatamente por isso que quem tem apneia
obstrutiva do sono corre ainda mais riscos, já que a doença é caracterizada
pela obstrução total ou parcial das vias áreas durante o sono. Isso eleva a
atividade cerebral na parte da noite e faz com que a frequência cardíaca aumente.
Também provoca o fechamento dos vasos arteriais. Aí, o sangue circula com maior
pressão para conseguir chegar a todas as partes do corpo.
Prevenção e tratamento.
Para descobrir se você está com hipertensão, basta
aferir a pressão em casa ou em qualquer hospital. Se marcar 140 x 90 mmHG (a
popular 14 por 9) ou mais, ela é considerada alta. A doença não tem cura, mas
há tratamentos para controlá-la. Por isso, é importante buscar um cardiologista
para avaliar se é preciso ou não tomar medicamento.
De qualquer forma, a mudança no estilo de vida é
necessária para quem tem hipertensão e para a prevenção da doença. Reduzir o
consumo de sal e alimentos industrializados é uma delas, já que o sódio em
excesso no organismo provoca vasoconstrição (reduz o diâmetro das artérias),
aumentando a pressão arterial.
Além disso, praticar atividade física regularmente,
evitar o estresse excessivo, controlar o peso e abandonar o cigarro também são
algumas atitudes para quem quer evitar a doença.
*** Fontes: Celso Amodeo, cardiologista
e especialista em hipertensão do HCor; Elcio Pires, cirurgião cardíaco e
membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular; João Vicente da
Silveira, cardiologista do Hospital Sírio Libanês.
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