FONTE: *** Jairo Bouer, http://doutorjairo.blogosfera.uol.com.br
Muita gente costuma associar o uso de drogas e
álcool ao sexo, por achar que uma coisa torna a outra mais interessante ou
acessível. Mas a verdade é que cada pessoa reage de forma diferente a um tipo
de substância, como mostra um estudo realizado pela faculdade de enfermagem da
Universidade de Nova York.
Os pesquisadores entrevistaram 679 jovens adultos,
de 18 a 25 anos, frequentadores de clubes noturnos e festas de música
eletrônica na cidade de Nova York, para avaliar os efeitos no sexo produzidos
pelo uso de álcool, maconha e ecstasy (a versão comum e também em pó, conhecida
como Molly ou sais de banho). Quatro em cada dez entrevistados relataram ter
utilizado os três tipos de droga.
O aumento da atração sexual foi mais associado ao
consumo de álcool, seguido pelo ecstasy. Mais de seis entre dez participantes
(67%) relataram sentir-se mais atraentes ao usar álcool ou ecstasy (61%),
enquanto apenas um quarto (25%) sentiu o mesmo com a maconha.
A maioria dos entrevistados também relatou que o
álcool (para 72% da amostra) e o ecstasy (64%) aumentaram sua atração por
outras pessoas, enquanto 27% afirmaram o mesmo sobre a maconha.
Do total, 77% dos usuários de álcool e 72% dos
consumidores de ecstasy sentiram maior desinibição e facilidade para buscar um
parceiro sexual na balada com o uso dessas substâncias, enquanto apenas um
quarto (26%) disse o mesmo sobre a maconha. Na verdade, mais de um terço dos
entrevistados (36%) comentou que a maconha diminuiu sua sociabilidade.
Os resultados condizem com pesquisas anteriores
sobre os efeitos sociais do consumo de álcool, que ligam a substância à
diminuição da ansiedade para se relacionar com os outros e ao aumento da
autoaceitação. O ecstasy, que tem fama de “droga do amor”, também foi associado
ao aumento da intensidade da interação sexual, o que também já era esperado
pelos pesquisadores.
Entre os homens, a disfunção sexual foi mais
frequente com o uso de álcool ou de ecstasy, enquanto que, para a maioria das
mulheres, a maconha atrapalha o orgasmo, apesar de aumentar a sensibilidade ao
contato íntimo.
Os pesquisadores esclarecem que, apesar de aumentar
o desejo e a disponibilidade para o sexo, essas substâncias entorpecem o corpo,
o que muitas vezes acaba atrasando ou impedindo o clímax.
O arrependimento depois da transa foi mais comum
após o uso do álcool – quase 31% já tinham passado por isso, em comparação com
13% dos que consumiram ecstasy e 7% dos usuários de maconha. Os dados saíram na
revista revista Psychology and Sexuality.
Os autores esclarecem que o estudo tem algumas
limitações, como o fato de não ter levado em conta as quantidades consumidas,
nem outras substâncias eventualmente utilizadas pelos jovens, como medicamentos
para ereção. Mas trabalhos como este são importantes para lembrar que as drogas
interferem na tomada de decisões e podem fazer muita gente se descuidar do uso
de preservativo.
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