FONTE: *** Jairo Bouer, http://doutorjairo.blogosfera.uol.com.br
Mulheres estão longe de ser o sexo frágil.
Pesquisadores descobriram que, além de viver mais que os homens em tempos normais,
elas são mais propensas a sobreviver em situações críticas, como períodos de
fome e epidemias.
O estudo, coordenado por professores das
universidades do Sul da Dinamarca e de Duke, nos Estados Unidos, analisou
registros históricos de três séculos para chegar à conclusão.
Em quase todos os países, as mulheres têm uma
expectativa de vida maior – elas vivem cerca de dez anos a mais que os homens.
Mas os autores do trabalho analisaram épocas de crises intensas no mundo, e
viram que a vantagem feminina permanece mesmo nessas situações. Segundo eles, a
diferença é ainda mais notável na infância: as recém-nascidas são mais
propensas a sobreviver.
As épocas de crise analisadas incluíram populações
em que a expectativa de vida para ambos os sexos não passou de 20 anos de
idade, como a de escravos no início dos anos de 1800, de vítimas da fome na
Suécia, na Irlanda e Ucrânia nos séculos 18, 19 e 20, e também de vítimas do
sarampo na Islândia em 1846 e 1882.
Outro exemplo é o da Libéria, que nos anos de 1800
apresentou um dos maiores índices de mortalidade já registrados na história.
Ex-escravos voltaram para o país e mais de 40% da população morreu no primeiro
ano de vida, provavelmente por causa de doenças tropicais para as quais não
tinham resistência.
Em todas essas situações, ainda que a mortalidade
tenha sido alta para ambos os sexos, as mulheres viveram mais que os homens –
uma diferença que variou de seis meses a quase quatro anos, em média.
Especialistas no tema sempre acreditaram que a
vantagem feminina, em termos de longevidade, teria a ver com fatores sociais,
como o menor envolvimento das mulheres em violência e comportamentos de risco.
Mas com os novos dados, eles acreditam que a explicação também envolve fatores
biológicos, como questões genéticas ou hormonais – sabe-se que o estrógeno,
mais abundante no sexo feminino, aumenta as defesas contra doenças infecciosas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário