Um homem de 31 anos foi detido pela Polícia Civil por fabricar e
comercializar pinos e próteses falsas para implantes dentários. O suspeito, que
não teve o nome divulgado, armazenava em uma fábrica no bairro Costeira, em São
José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, um vasto material que
era revendido para empresas e dentistas. Os nomes dos profissionais não foram
divulgados pela polícia. A operação foi realizada na terça-feira (19) pela
delegacia do município em parceria com a especializada de Furtos e Roubos (DFR)
da capital.
De acordo com o delegado Michel Carvalho, responsável pelo caso, o
suspeito administrava a fábrica do sogro, que está foragido. O negócio chegou a
ser investigado há algum tempo em Curitiba, mas migrou há seis meses para São
José dos Pinhais, onde conseguiu alvará de metalúrgica.
“O alvará era para despistar. Na verdade, eles produziam implantes
falsificados e revendiam para o Paraná e outros estados, inclusive Goiás e Mato
Grosso. Podemos afirmar isso por causa das notas fiscais emitidas, que
inclusive mantinham o endereço de Curitiba”, explica o delegado.
Perigo à saúde.
Ainda segundo Carvalho, a produção não tinha qualquer tipo de controle de
higiene ou de qualidade. Por ser uma fábrica clandestina, nem mesmo a Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) tinha conhecimento para fazer a
fiscalização dos materiais. “Observando o local, parece um serviço de
metalurgia, sem qualquer preocupação com a limpeza. Se uma pessoa usa um
material desse, pode pegar até uma infecção ou algo pior”, aponta o delegado.
Após a apreensão de todos os equipamentos usados na fabricação irregular
dos materiais, a polícia ainda vai investigar se quem comprava os produtos
sabia do esquema.
“Vamos atrás do dono da empresa, sogro do rapaz. Sabemos que ele é
morador de Curitiba. Queremos apurar se as empresas e dentistas que comprovam
os produtos sabiam da origem ou se foram enganados”.
A polícia diz que o suspeito detido – e depois liberado com tornozeleira
eletrônica – deve responder por crime contra a saúde pública, que pode levar a
uma pena máxima de 15 anos de prisão, por ser considerado crime hediondo.
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