Na semana passada,
passou a circular nas redes sociais um post de que a pílula do dia seguinte não
teria efeito em mulheres que pesam acima de 80 quilos. A revolta das
internautas motivou a Universa a conversar com três
ginecologistas para checar a veracidade da notícia. Segundo os especialistas,
ela não procede, mas também não está totalmente equivocada.
A ginecologista e
obstetra Adriana de Góes explicou que o efeito da pílula do dia seguinte não é
anulado por causa do peso, mas a eficácia do método tem uma queda de 6%. A
informação foi confirmada pela especialista em Reprodução Humana Renata
Menezes.
“A diminuição da eficácia acontece por uma
alteração no organismo em decorrência de mudanças hormonais. Devido à gordura,
o corpo pode interpretar de forma contrária a ingestão da pílula, reagindo
negativamente a ela”, explica Renata. “Mas não é só o peso que define isso, mas
sim o IMC (índice de massa corporal). Afinal, uma mulher que mede mais de 1,90
m e pesa 80 quilos não tem tanta gordura no corpo.”
Segundo estudo do
Consorcio Latinoamericano de Anticoncepción de Emergencia, publicado em 2015, o
método contraceptivo deve ser ingerido por mulheres somente em caso de
emergência – independente do peso delas.
“A redução da eficácia
não significa que as mulheres devem deixar de contar com a pílula do dia
seguinte, já que 6% de falha não é um número tão expressivo”, afirma Renata.
Contudo, ela garante que não pode ser a única forma de prevenção durante as
relações sexuais. “A pílula emergencial não pode ser usada sempre. É preciso
que as mulheres usem camisinha e optem por métodos contínuos como anticoncepcionais
e o DIU.”
DIU mirena é boa opção.
Para obesas e mulheres
com sobrepeso, o DIU mirena é a melhor opção, segundo o ginecologista e
obstetra Alessandro Scapinelli. “Quem tem sobrepeso libera muito estradiol na
corrente sanguínea, por isso precisa de um método contraceptivo sem hormônio ou
que tenha apenas progesterona, e não estrogênio. É o caso do DIU mirena”,
explica o especialista. “A falha do DIU hormonal é de uma para cada mil, já a
do de cobre é de seis a cada mil”, afirma Alessandro.
Adesivo hormonal é
risco.
O perigo existe mesmo
quando uma mulher com sobrepeso ou obesidade escolhe o adesivo hormonal como
forma de prevenção. Alessandro explica que, esse, sim, se torna ineficaz com a
grande presença de gorduras no corpo.
“Com o adesivo, o
hormônio é liberado na pele para que chegue à corrente sanguínea. Quando há
muita gordura, esse hormônio é retido por ela, o que pode anular a eficácia do
preservativo”, explica o especialista. “O tecido adiposo dilui o esteroide, que
tem dificuldades para chegar ao sangue e levar a informação para o cérebro”,
diz.
Nenhum comentário:
Postar um comentário