Filmes de super-heróis
são sempre sucesso de bilheteria e um chamariz para jovens e crianças. Mas
pesquisadores da Academia Americana de Pediatria alertam que os protagonistas
podem não passar uma mensagem tão positiva assim do "bem contra o mal".
Segundo eles, os mocinhos, nesses longa-metragens, podem se envolver em mais
atos de violência do que os próprios vilões.
A conclusão se baseia
em uma análise detalhada de dez filmes de super-herói lançados nos últimos
anos. Os personagens principais foram divididos em bandidos e bons moços, e com
ajuda de uma ferramenta padronizada, todos os atos de violência foram
compilados e analisados.
Os pesquisadores
registraram uma média de 23 atos violentos por hora associados aos
protagonistas, enquanto os antagonistas, ou seja, os vilões, contabilizaram 18.
Os resultados serão apresentados em uma convenção na Flórida, na próxima
semana.
Para os autores,
crianças e adolescentes encaram os super-heróis como modelos a serem seguidos,
e podem se deixar influenciar pelos comportamentos de risco dos mocinhos. O
apelo é claramente mais forte para os garotos, já que personagens masculinos
estão envolvidos em quase cinco vezes mais atos de violência do que os
femininos, segundo a pesquisa.
Os atos mais cometidos
pelos protagonistas dos filmes analisados foram lutas (1.021 cenas, no total),
uso de arma letal (659), destruição de propriedade (199), assassinato (168) e
intimidação ou tortura (144). Para os antagonistas, o mais comum foi uso de
arma letal (604), seguido de lutas (599), intimidação ou tortura (237),
destruição de propriedade (191) e assassinato (93).
Para ajudar a
neutralizar a influência negativa que os filmes podem ter sobre as crianças, os
autores sugerem que os pais ou cuidadores assistam junto e comentem o conteúdo,
para estimular o pensamento crítico dos jovens. É possível aproveitar a
situação para discutir sobre as consequências da violência com os filhos. A
passividade pode transmitir a mensagem implícita de que os pais e a sociedade
aprovam esse tipo de comportamento, apesar de todo mundo saber que é tudo
ficção.
Nenhum comentário:
Postar um comentário