Resumo da notícia.
Novo estudo afirma que ovo aumenta o risco de ter doenças
cardiovasculares
Especialistas afirmam que são necessários mais pesquisas para comprovar
que o alimento faz mal à saúde
Segundo os médicos, consumir até dois ovos por dia é seguro.
Um estudo publicado neste fim de semana no JAMA (Journal of
the American Medical Association) voltou a gerar polêmica sobre o ovo. Segundo
a pesquisa, a cada meio ovo consumido por dia (equivalente a três ou quatro
unidades por semana) aumenta, em média, em 6% o risco de ter doenças
cardiovasculares e em 8% o risco de morte (por qualquer causa). Será que
devemos reduzir o consumo do alimento e voltar a tratá-lo como vilão?
Calma! Se você tem uma dieta rica em alimentos naturais e pobre em
industrializados não precisa excluir o ovo do cardápio. O cardiologista Bruno
Valdigem, do Instituto Dante Pazzanese e do Hospital Albert Einstein, explica
que são necessários mais estudos para identificar, de fato, o risco
cardiovascular trazido pelo alimento.
Segundo o especialista, trabalhos científicos como esse têm falhas, já
que a pessoas relataram o que comeram e não seguiram uma dieta específica
sugerida pelos cientistas. No entanto, a pesquisa serve de alerta para pessoas
que consomem ovo em quantidades exageradas no dia a dia.
Para Marcella Garcez Duarte, nutróloga e diretora da Abran (Associação
Brasileira de Nutrologia), no Paraná, é importante notar que o estudo encontrou
apenas uma associação e não pode provar que os ovos ou o colesterol causam
diretamente doenças cardíacas. Além disso, a pesquisa avaliou as dietas das
pessoas em um único ponto no tempo, não explicando as mudanças no cardápio dos
voluntários durante a avaliação.
Quantos ovos posso
comer por dia?
Para o ovo ou qualquer alimento, em geral, o que vale é a moderação.
"Acredito que continua sendo seguro consumir dois ovos por dia, e não mais
que isso", afirma Duarte.
A médica reforça ainda que o não há como falar que somente o ovo é o
vilão nas dietas. Como o próprio estudo mostrou, o maior vilão para a saúde
cardiovascular é o colesterol (presente no ovo, em carnes, laticínios, produtos
industrializados). Na pesquisa, a cada porção de 300 mg de colesterol ingerido
houve, em média, um acréscimo de 17% no risco de ter um problema cardiovascular
e de 18% no risco de doenças que levem à morte.
Para consumir 300 mg de colesterol é preciso comer, por exemplo,
aproximadamente três ovos de tamanho médio; ou meio quilo de picanha; ou 300 g
de coxa de frango; ou 300 g de queijo parmesão. "Os ovos são fontes de
colesterol, mas não são as maiores. Alguns alimentos ultraprocessados e fast-food
podem ser muito piores ", alerta Duarte.
Os próprios autores do estudo científico afirmaram que só quem exagera no
consumo de ovo devem ficar em alerta com o resultado da pesquisa e limitar a
ingestão do alimento, pois os resultados do estudo não foram tão preocupantes.
Segundo eles estimaram, se mil pessoas comerem meio ovo por dia, como no
aumento do risco apontado pela pesquisa, somente 11 pessoas além do normal
(para os EUA) vão desenvolver um problema cardíaco nos próximos 30 anos.
É realmente muito pouco e, para proteger a saúde cardiovascular, antes de
fazer do ovo vilão vale muito mais combater outros inimigos que aumentam o
risco de doenças, como sedentarismo, obesidade, diabetes, pressão alta,
tabagismo, consumo excessivo de açúcar, alimentos processados e álcool.
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