Popularmente conhecida
como "gordura no fígado", a esteatose
hepática ou doença gordurosa hepática é um problema de saúde
silencioso e geralmente associado à obesidade.
Se não diagnosticado e tratado, o acúmulo de gordura no fígado pode progredir
para cirrose, câncer
e, em situações graves, exigir o transplante do órgão.
Quando gerada pelo
excesso de gordura corporal (o que ocorre em grande parte dos casos), o
tratamento da gordura no fígado consiste basicamente em emagrecer. Mas uma nova
estratégia pode surgir para ajudar no combate ao problema. Em um estudo
realizado na Universidade Penn State (EUA), cientistas descobriram que a
combinação de extrato de chá-verde
descafeínado e exercício físico foi capaz de reduzir em 75% o acúmulo de
gordura no fígado de camundongos.
Apesar de pesquisas em
humanos ainda não terem sido realizadas, Joshua Lambert, professor associado de
ciência de alimentos da universidade, acredita que os resultados publicados no
Journal of Nutritional Biochemistry são importantes e podem apontar para uma
potencial ferramenta de saúde, já que a doença hepática gordurosa não alcoólica
é um problema de saúde global que tende a ser cada vez mais comum e não há
terapias validadas para a condição além de adotar hábitos mais saudáveis e
perder peso.
Como
o estudo foi feito.
Os cientistas
alimentaram camundongos com uma dieta rica em gordura por 16 semanas.
Durante esse período,
os animais foram divididos em quatros grupos: o primeiro consumiu um extrato de
chá-verde e fez atividades físicas regularmente em uma roda de exercícios; o
segundo grupo só recebeu chá-verde; o terceiro só fez exercícios; e o quarto não
sofreu intervenção (grupo controle).
Após quatro meses, os
animais que ingeriram chá-verde e se exercitaram apresentaram apenas 25% de
acúmulo de gordura no fígado, em comparação aos roedores do grupo controle.
Os ratos que fizerem só
exercícios ou só receberam o chá-verde apresentaram 50% de gordura no fígado em
comparação ao grupo controle.
Qual
a explicação dos resultados?
Na pesquisa, além de
analisar o tecido do fígado dos roedores, os pesquisadores mediram a quantidade
de proteínas e gordura em suas fezes. Eles descobriram que os ratos que
consumiram chá-verde e se exercitaram apresentaram níveis mais altos de gordura
em seu cocô. "Esses animais processavam os nutrientes de forma diferente.
Acreditamos que os polifenóis do chá-verde interagiram com enzimas do intestino
e inibiram a digestão e absorção da gordura", disse Lambert.
Já a atividade física
provavelmente ajudou a promover mudanças no metabolismo e fazem com que parte
da gordura absorvida fosse utilizada como fonte de energia, em vez de se acumular
no fígado. "Novos estudos são necessários para saber se o chá-verde e os
exercícios de alguma forma trabalharam juntos para os resultados ou se apenas
os efeitos isolados de cada um se somaram", explica Lambert.
Mesmo que a estratégia
ainda não tenha sido testada em humanos e não existam dados clínicos, o
cientista defende que a combinação da prática regular de atividade física e do
consumo de chá-verde sem açúcar é uma estratégia inteligente, que pode garantir
benefícios à saúde das pessoas (que sofrem de gordura no fígado ou não).
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