quarta-feira, 1 de setembro de 2010

FUGITIVO VIAJA SETE MESES A PÉ PARA SE ENTREGAR...

FONTE: Carolina Parada, TRIBUNA DA BAHIA.

Uma história inusitada surpreendeu a polícia baiana. Um preso condenado por assalto e foragido há quase onze anos da penitenciária de Sobradinho, distante 556 km de Salvador, se entregou na manhã de terça-feira (31) na delegacia de Juazeiro, há 502 km da capital, após viajar a pé por sete meses para se entregar. Jailton Araújo Costa, 35 anos, foi condenado por assalto e fugiu para a cidade de São Paulo em 1999. Mas, o que parecia ser o seu grito de liberdade, acabou se transformando num tormento e lhe tirou o sono por todos esses anos.
Segundo ele, logo após a fuga e já vivendo na cidade paulista, ele se casou e teve dois filhos e foi aí que ele começou a enfrentar sérios problemas. O primeiro deles é que ele não conseguiu registrar as crianças por não ter documentos de identificação. Além disso, o fugitivo não conseguiu ter uma vida social normal e sequer arranjar um emprego por conta do antecedente criminal.
Cansado de viver à margem e não vendo outra opção mais justa, ele decidiu enfrentar a realidade e voltar para cumprir sua pena. “Ele disse que não teria uma vida digna enquanto não cumprisse sua pena. Então, ele decidiu pagar pelo que deve e viver em paz”, disse um policial da delegacia de Sobradinho, que preferiu não ser identificado.
Ao chegar à delegacia de Juazeiro, onde se entregou, ele informou aos policiais que passou sete meses viajando a pé de São Paulo à Bahia, uma distância de mais de dois mil quilômetros. Segundo o delegado Nélio Neves, que recebeu Costa na delegacia, existem dois mandados de prisão em nome dele em Sobradinho e, por isso, ele foi encaminhado para lá.
A polícia de Sobradinho já solicitou à justiça local mais informações sobre o fugitivo, mas, até o início da tarde , dados como quanto tempo de pena ele cumpriu e a quanto tempo de prisão ele foi condenado, não foram informados. O certo é que, em dez anos, se tivesse cumprido a pena normalmente, ele com certeza já estaria em liberdade.

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