sexta-feira, 25 de maio de 2012

MÉDICOS VÍTIMAS DE DOENÇAS CARDÍACAS...


FONTE: Rivânia Nascimento REPÓRTER, TRIBUNA DA BAHIA.
Os médicos sempre foram vistos como imbatíveis e salvadores de vida. Porém, os últimos acontecimentos têm contrariado o imaginário popular e mostrado que eles não estão imunes às doenças prevalentes na população.

Na quarta-feira (24) o médico e ex-ministro da saúde Adib Jatene, um dos mais prestigiados cardiologistas do país sofreu um infarto e foi internado no Hospital do Coração em São Paulo. Assim como Jatene, muitos médicos que enfrentam sobrecarga de trabalho, especialmente em regime de plantão, têm apresentado com frequência problemas cardíacos.  

De acordo com o cardiologista e membro da Sociedade Brasileira de Cardiologia Jadelson Andrade, as doenças do coração são as que mais matam no Brasil, sendo responsáveis por 30% das causas de morte. Assim como a grande maioria da população brasileira os médicos também estão inclusos nessas estatísticas.

Segundo o especialista, a medicina é considerada uma profissão de risco já que os médicos lidam diariamente com o limite da vida humana, e isso acaba gerando uma sobrecarga  emocional e física bastante expressiva nesses profissionais.
 
O especialista associa o estilo de vida dos médicos com plantões  exaustivos, realização de procedimentos cirúrgicos, baixa remuneração e a grande demanda de estudos  como fator responsável  pelo sedentarismo e  consequentemente o infarto.

Entre os principais problemas que podem levar o indivíduo com esse estilo de vida ao infarto estão: hipertensão e pressão arterial elevada, sedentarismo, obesidade, diabetes e a longa jornada de trabalho a qual são submetidos os médicos brasileiros.
 
A morte do médico José Caires Meira, presidente do Sindicato dos Médicos da Bahia no final do ano passado, vítima de infarto agudo do miocárdio fulminante, também surpreendeu a população. O médico e professor sul-africano  Christiaan Bernardo também foi vítima da mesmo problema. O cirurgião foi o primeiro médico a realizar um transplante de coração entre seres humanos. Porém, apesar de todo conhecimento e profissionalismo não conseguiu resistir a um infarto.
 
Andrade explica que diante da forte pressão vivida pelos especialistas não sobra espaço para realização de atividade física, fazer  as refeições na hora certa e principalmente tempo para ficar com a família e isso é considerado um fator de risco para a saúde psíquica e física dos profissionais de saúde.
 
“Com o excesso de plantões prolongados para garantir o sustento e a solidificação da profissão os médicos acabam negligenciando a própria saúde.

Diante da falta de tempo e da responsabilidade de ter a vida dos pacientes em nossas mãos, temos que ter a capacidade e competência de fazer viver e também de nos fazer viver” declarou o especialista. 

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