FONTE: Agência Brasil, TRIBUNA DA BAHIA.
O Brasil tem
várias avaliações que medem o aprendizado dos estudantes e a qualidade do
ensino desde a alfabetização. São exames nacionais, como a Prova Brasil, e
internacionais, como o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes
(Pisa). Agora, o país estuda medir também as competências dos adultos, com o
chamado Programa para Avaliação Internacional das Competências de Adultos
(Piaac), informou a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico
(OCDE). O programa é aplicada em 33 países. Da América Latina, participa apenas
o Chile.
O Piaac consiste em entrevista
com adultos de 16 a 65 anos para medir as aptidões em leitura, redação e aritmética,
além de medir a capacidade de resolução de problemas em contextos com
tecnologia intensa. A partir desses elementos é possível avaliar a inserção das
pessoas no mercado de
trabalho e na sociedade. Os resultados servem de subsídio para o
desenvolvimento de políticas destinadas a sanar as principais defasagens em
todos os níveis da educação, desde a básica à superior, à tecnológica e à formação
continuada.
Segundo a analista da OCDE responsável pelo
programa, Marta Encinas-Martin, os resultados da avaliação têm surpreendido.
"Há muitos adultos com baixo nível de competência em todos os países,
incluindo os desenvolvidos. Os empregos têm mudado muito e cada vez se quer
competências mais altas. Esses adultos acabam sendo excluídos do mercado porque
não têm as competências exigidas e isso tem um impacto grande", disse.
O Piaac foi discutido pela primeira vez em
seminário, em Brasília. Ainda não há previsão para a adoção do programa. Como
se trata de entrevista feita em domicílio, o Piaac vai além das tecnologias
disponíveis no Ministério da Educação e em suas autarquias e, caso seja
adotado, deverá envolver também o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE).
Após ver os resultados da
avaliação de outros países, o presidente do Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), José Francisco Soares, disse que
o Brasil, independentemente de participar da avaliação, deve se preocupar com a
formação das crianças. "As oportunidades de emprego refletem a nossa
economia, e a nossa economia como existe hoje ainda demanda pessoas com
habilidades que não são superlativas. Agora a gente tem que olhar o futuro. Quem
tá entrando na escola hoje não vai viver neste
país, vai viver em outro".
Para Soares, "a ideia de
educação é para a vida, deve-se aprender aquilo que permita ter uma vida em
pleno desenvolvimento para a cidadania e o
trabalho. Isso implica mais do que decorar, mas ser capaz de analisar".
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