FONTE: Kelly Cerqueira, TRIBUNA DA BAHIA.
Orelha de nós todos, orelhão, DDD
Telemar. Estes são apenas alguns dos apelidos adotados por amigos e até por
familiares de Regina Viana Neta. Com as orelhas avantajadas e um pouco mais
curvadas do que o convencional, a estudante, que hoje tem 18 anos, sofre com a
situação desde criança, herança genética do avô paterno. Além de não estar de
acordo com o seu próprio gosto, as orelhas em abano da garota também foram
responsáveis por crises de choro, provocado devido ao comportamento de colegas
em relação à sua estética.
Para que pessoas como Regininha,
como também é conhecida a jovem,
possam corrigir o que tanto as incomoda, a ONG Instituto Orelhinha chega a
Salvador oferecendo descontos de 70% no valor das cirurgias plásticas. Nesta
sexta-feira, integrantes da ONG, que já está presente em outros seis estados,
chegam a Salvador para ajustar os últimos detalhes com a clínica parceira onde
ocorrerão as intervenções cirúrgicas, a Litocenter, localizada na Graça.
Por ser considerada uma cirurgia meramente
estética, a correção das orelhas em abano não é realizada pelo Sistema Único de
Saúde e pela maioria dos planos particulares. Apesar dos julgamentos dos planos
públicos e privados, o coordenador Nacional do Instituto Orelhinha, Marcelo
Assis, ressalta que a disposição das orelhas pode trazer prejuízos sociais,
como o bullying.
“É uma caracteristica que
incomoda não só os jovens, mas também pessoas da terceira idade”, ressaltou
o especialista, destacando que pessoas acima dos 80 anos já procuraram o
mutirão da ONG para fazer a intervenção. Além do fator genético, as orelhas em
abano também podem ser resultado da acomodação incorreta do bebê ainda no útero
da mãe. A ONG realiza a correção em crianças a partir dos sete anos, mas
levando em conta não só a opinião dos pais, mas também da própria criança. “Aos
sete anos a criança já pode dizer se algo o incomoda o não. Quando constatamos
que se trata mais de uma ansiedade dos pais do que da insatisfação da própria
criança, nós não fazemos a intervenção”, explicou Marcelo.
Como funciona o acesso ao
procedimento cirúrgico.
Com a ação da ONG, o procedimento
cirúrgico que custa entre R$6 e R$8 mil poderá ser realizado pelo valor
de R$1.650, com a opção de parcelar a dívida
em até 12 vezes. “Este valor é utilizado para arcar os custos hospitalares, de
material, e mão de obra necessária para apoio na cirurgia”, explica o cirurgião
plástico. A otoplastia, como é chamada a intervenção cirúrgica, dura cerca de
40 minutos e é considerada uma cirurgia ambulatorial.
Para solicitar o serviço realizado pela ONG,
os interessados devem se inscrever através do site da instituição (www.projetoorelhinha.com.br) ou dos telefones 4062-0607,
para Salvador e 0800-718 7804
para o interior do estado. Após demonstrar interesse sobre a intervenção
cirúrgica, a pessoa recebe as informações sobre a data dos mutirões, que serão
realizados uma vez por mês. “Quando a pessoa comparece ao mutirão, recebe todas
as informações sobre o projeto e, caso queiram, já saem de lá com a cirurgia
marcada”, destacou Assis.
O pós-cirúrgico é feito em casa, onde o
paciente deve ficar em repouso, durante cinco dias após a operação, com a
utilização de uma faixa. Após este período inicial, outra faixa, a do tipo
bailarina, deve ser adotada por vinte e cinco dias, mas apenas durante sono,
para proteger o local. Embora a cirurgia seja inicialmente realizada apenas em
Salvador, o projeto também quer atender a demanda do interior, como já acontece
em outros estados.
O número de cirurgias dependerá do fluxo de
procura, mas a expectativa é de que chegue até sete intervenções por dia,
durante a semana, e a 15 nos fins de semana. As cirurgias geralmente começam
acontecer uma semana após a realização do mutirão. Em Salvador, o primeiro
ocorrerá no final do mês de julho.
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