sábado, 8 de outubro de 2016

BAHIA TERÁ CIRURGIA DE MUDANÇA DE SEXO ATRAVÉS DO SUS...

FONTE: Rayllanna Lima, REPÓRTER, TRIBUNA DA BAHIA.


A Bahia está a um passo de ter sua primeira unidade hospitalar de saúde pública a realizar o processo transexualizador através do Sistema Único de Saúde (SUS).

A Bahia está a um passo de ter sua primeira unidade hospitalar de saúde pública a realizar o processo transexualizador através do Sistema Único de Saúde (SUS). Após receber autorização da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab), o Complexo Hospitalar Universitário Professor Edgard Santos (Hupes), conhecido como Hospital das Clínicas, aguarda habilitação do Ministério da Saúde (MS) para iniciar o atendimento às pessoas transexuais e transgêneros.
De acordo com a endocrinologista responsável pelo Ambulatório Transexualizador do Hupes, Luciana Barros Oliveira, será oferecido suporte durante todo o processo, desde o atendimento psicoterapêutico até a hormonioterapia. “Vamos oferecer atendimento tanto com psiquiatras, quanto com psicólogos, por no mínimo dois anos. Além de acompanhamento endrocrinológico e orientação do homonioterapia, porque a gente sabe que muitas pessoas trans fazem homonioterapia por conta própria, que, geralmente, aumentam o efeito colateral e não trazem benefícios reais em aspecto estético, mudança e adequação do corpo”, informou. 
As pessoas que desejam realizar modificações corporais, em função de um desacordo entre seu sexo biológico e o seu gênero, são assistidas pelo SUS desde agosto 2008, quando o MS publicou a Portaria Nº 457. “Pela portaria, também ofereceremos acompanhamento até um ano depois da cirurgia, que é para ajudar nessa adaptação desse corpo novo, de seu funcionamento. E, depois disso, a pessoa vai seguir fazendo só a hormonioterapia, que se torna necessária a toda pessoa trans”, destacou a endocrinologista.

Luciana Barros também garante que todos os funcionários – dos que trabalham na segurança da clínica aos que realizam procedimentos cirúrgicos – foram capacitados para melhor atender o público em questão. “Esperamos que o Ministério da Saúde nos autorize o mais rápido possível, porque já estamos preparados para começar o atendimento”, afirmou.

Para realizar qualquer procedimento é preciso ter idade mínima de 18 anos. Em se tratando de cirurgia para mudança de sexo, a idade mínima é de 21 anos.

Carência.
Apesar de Ministério da Saúde oferecer atenção às pessoas nesse processo desde 2008, apenas cinco hospitais, todos universitários, estão habilitados para realizar o processo transexualizador. São eles os Hospitais das Clínicas de Recife, Porto Alegre, Goiânia, São Paulo e o Hospital Universitário Pedro Ernesto, no Rio. Para a responsável pela implantação do projeto na Bahia, será uma avanço poder atender à população do Estado, bem como ajudar do atendimento de pessoas que moram em outros estados.
Alguns baianos, antes mesmo de o processo ser iniciado, estão questionando sobre o sistema público de saúde da Bahia ser carente para outras patologias, e querer iniciar esse novo tipo de atendimento. Sobre isso, a responsável pelo Ambulatório Transexualizador no Hospital das Clínicas faz um alerta para o que determina a Constituição Brasileira. 

“A Saúde é um direito de todo cidadão, que deve ser assegurada pelo Estado. Não é porque algumas pessoas vêem esse público de forma diferente, que eles não têm direito. Muito pelo contrário, a população trans foi desassistida durante todo esse tempo. Assim como as lésbicas e os gays, que sofrem por não terem acesso adequado à Saúde. Então, o que a gente quer é reparar essa falha que temos até hoje. É indiscutível que a Saúde é deficiente para todas as pessoas, que infelizmente não é como gostaríamos. Mas, você não pode excluir pessoas da atenção, para dar melhor atenção aos outros”, pontuou Luciana Barros.

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