FONTE: Eduardo Rodrigues, Lorenna Rodrigues e Dayanne Sousa,, CORREIO DA BAHIA.
Com a Kirin, a
Heineken passa a deter 19% do mercado nacional, segundo dados informados pela
empresa holandesa.
O
Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou a compra da Brasil
Kirin pela Heineken, anunciada em fevereiro. A operação criou a segunda maior
cervejaria no Brasil. Além da marca principal, a Heineken já comercializava no
Brasil os rótulos Kaiser, Bavária, Amstel, Sol, Desperados e Xingu. Já a Brasil
Kirin é dona das cervejas Devassa, Schin, Baden Baden, Cintra e Glacial. Atua
no setor de refrigerantes e água mineral.
A
Superintendência do Cade entendeu que a operação não causa concentração maior
do que 20% no mercado nacional nem maior do que 50% nos regionais. Por isso,
não gera preocupações concorrenciais. Ao anunciar o negócio, a Heineken avaliou
que a aquisição aumentaria o alcance da empresa pelo País. A empresa tinha
menos unidades que a Brasil Kirin: apenas cinco cervejarias. A Heineken pagou
R$ 2,2 bilhões pela rede de 12 fábricas da concorrente, menos da metade dos
cerca de R$ 6 bilhões investidos pela companhia japonesa, em 2011, para
adquirir a Schincariol.
Com
a Kirin, a Heineken passa a deter 19% do mercado nacional, segundo dados
informados pela empresa holandesa com base em números da companhia de pesquisa
Canadean. Com isso, ela passará a ser a segunda maior cervejaria do Brasil,
deixando para trás o Grupo Petrópolis, com cerca de 15%, de acordo com dados da
Nielsen. Na liderança absoluta, a Ambev segue com seus mais de 65% de
participação. Além dos concorrentes Ambev e Grupo Petrópolis, a Federação
Brasileira das Associações dos Distribuidores Brasil Kirin, (Febradisk) também
entrou como interessada no processo.
Os
distribuidores diziam temer que a transação colocasse sua atividade em risco. A
Febradisk afirma que os contratos com a Brasil Kirin obrigavam a exclusividade
e citaram análises avaliando que o novo controlador poderia dispensar a rede de
distribuição. Mercado Dados da Associação Brasileira das Indústrias da
Alimentação (Abia apontam que o faturamento do setor de bebidas no Brasil teve
um crescimento nominal de 7,2% em 2016, na comparação com 2015, abaixo da
inflação do período.
A
receita da Brasil Kirin cresceu 0,2% no ano, chegando a R$ 3,706 bilhões,
segundo reportou a companhia. No mercado global, a Heineken teve lucro líquido
de ¤ 293 milhões no primeiro trimestre de 2017, 11% maior que o ganho de igual
período de 2016. Na mesma comparação, as vendas orgânicas de cerveja subiram
0,6%, impulsionadas pelos resultados na Europa e na região da Ásia e do
Pacífico. O dado de vendas surpreendeu, uma vez que analistas previam queda de
0,5% no último trimestre. A companhia obtém cerca de dois terços de seu lucro
em mercados emergentes, como o Brasil.
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