Histórias reais, sem pudores.
As casas de swing são um território quase proibido para alguns e um playground
para outros. Quando se fala no assunto, surge uma ponta de curiosidade e
um tabu para um número incontável de mulheres e casais. E nós
vamos te contar como funciona esse universo.
Você pode estar se perguntando o que
leva uma mulher, um homem, ou um casal a procurar uma casa de swing? Para apimentar
a vida sexual. Segundo as entrevistadas pode ser um estilo de vida, isso
quer dizer, pode ser uma diversão constante.
Porém, é importante ressaltar: se
você tem namorado e quiserem ir juntos, antes da balada, é bom ter uma boa
conversa e esclarecer se isso agradará aos dois. Swing não é lugar para se
discutir relação e nem para brigar.
Nós conversamos com 4 mulheres que
frequentam casas de swing e gostam do clima de sedução. Elas nos
contaram o que gostaram e o que não foi tão legal assim.
*Roberta - paulista de 23 anos
A liberdade e a desinibição
costumam vir à tona nesse ambiente, e aí está o principal atrativo, "tudo
é permitido, mas nada é obrigatório", essa é a definição de Roberta*, que
frequenta o swing há um ano com amigos e o namorado, e apesar de ter gostado do
clima e da festa, ainda se sente insegura. "Da primeira vez, acabei não
curtindo, principalmente pela atitude do meu namorado que acabou se empolgando
um pouco, mas se não fosse isso, eu teria adorado de cara. A partir daí, e
depois de conversar seriamente com meu namorado, fomos outras vezes e nos
divertimos muito".
O que gostou - "Eu curto
os shows de striptease e a música e da energia que os outros casais adeptos há
mais tempo, que passam segurança para quem está começando, como eu. É
importante para mim me relacionar com casais que sejam casados. Gostaria de ir
mais vezes".
O que não gostou - "Há muitas
mulheres solteiras. Se eu estiver acompanhada, a outra pessoa também tem que
estar".
Samara*, paulista de 33
anos
Ela começou a frequentar o swing há
um mês e adora ter privacidade para realizar suas fantasias. "Em casas de
swing sérias você só será abordada pela mulher do casal, que perguntará se você
tem intenção ou não. A atmosfera do local torna o lugar bastante fetichista e,
pelo menos para mim, foi erótico, tanto que acabei ficando com o amigo
que me levou. Você pode ir para os locais reservados para observar outros
casais se beijando e até mesmo praticando sexo, ou ir para um quarto individual
e deixar ou não a luz acessa para que outros possam também observar".
O que gostou - "A
privacidade. Ninguém te aborda quando você não quer e há a possibilidade de
apimentar uma relação, mesmo sem fazer a troca de casais".
O que não gostou - "Se há
muitos homens sem parceiras, o ambiente se torna uma espécie de
"puteiro", mas sem ter que pagar por uma relação". Ela também
prefere continuar frequentando swing.
Camila*, paulista de 32
anos
Começou a frequentar por curiosidade
numa fase de solteira quando não tinha que dar satisfação a ninguém: "Eu
estava sozinha e não tinha vínculo com alguém que, por acaso, poderia não
gostar da brincadeira. Isso já faz alguns anos e sempre fui com amigas ou
casais de amigos, ou ficantes, e lá conhecia pessoas. Sempre achei dessa forma
muito mais divertido".
Em um swing acontecem coisas
surpreendentes, a gente imagina, tanto que pode até mesmo se fazer uma amizade:
"Rola de tudo! Desde uma amizade (acredite, isso já aconteceu comigo) até
algo mais íntimo, seja lá na casa ou não. Porém, como muitos ainda pensam, tudo
de forma consentida e com muito respeito. Cada um na sua, indo atrás da sua
fantasia", nos conta Camila.
O que gostou - "A sensação
de liberdade, de estar com pessoas que não te julgam por estar lá e que buscam
a mesma coisa que você - sexo com diversão, o que é para ser".
O que não gostou - "Algumas
pessoas confundem e acabam sendo meio chatas e insistentes. O lance das casas é
se soltar, porém respeitar e ser respeitado. Quando isso não acontece a brincadeira
fica chata".
Camila parou de ir ao swing, mas está
com saudades, "Não me conformo de nunca ter dado essa ideia ao meu
namorado. Com respeito dá para levar tudo numa boa, como um estilo de
vida".
Gabriela*, paulista de 36
anos
Não costuma ir sempre, mas quis ir
por curtir o clima de fetiche. "Na primeira vez, fui com um
namorado. Se você for com uma amiga, em algumas casas, as duas entram de graça.
Se for casal, o preço fica pela casa dos R$ 90, mas se o homem for sozinho, ele
paga de R$ 300 a 500. Por isso, muitos, na falta de uma parceira que os
acompanhe, acabam chamando garotas de programa. O que eu, particularmente, não
acho legal. Não pelo fato de serem garotas de programa, mas pelo fato de não
serem casais genuínos, que estão ali porque gostam daquilo. A meu ver, tira a
autenticidade da coisa".
Ela nos contou detalhes bem
interessantes do que acontece, o lance é se divertir e desfrutar. "Na
porta, uma recepcionista pede para que a gente deixe celulares, máquinas ou
quaisquer outros objetos que possam por acaso intervir na privacidade dos
frequentadores, na chapelaria. O lugar (ao menos, o que eu fui) parece uma casa
noturna com mesas, sofás, um balcão e pista de dança. O flerte é mais direto,
afinal todos estão ali com um único objetivo bem claro. Há pequenos shows
eróticos, poledance e striptease.
Ao contrário das baladas normais,
todos abordam todos. Homens abordam homens, mulheres abordam homens e mulheres
e o mais curioso são homens que oferecem suas acompanhantes/mulheres/namoradas
para outros homens. Esses são os voyeurs, que adoram assistir a transa
de suas companheiras com outros e vão ai somente para assistir".
Antes de partir para a ação os casais
conversam como em qualquer baladinha, e depois, começa o show, pois a exibição
é livre por lá. "Depois do beijo, os casais se direcionam a alguns
quartos, cujas paredes são de vidro" comentou Gabriela, que ainda nos
contou sobre um petisco bem legal para os homens, os "glory holes",
que são buracos ou frestas onde os homens podem colocar seus órgãos genitais e
mulheres as mãos, e tocar nas pessoas dentro do quarto sem ter que entrar nos
quartos.
Alguns homens também recebem sexo
oral pelos glory holes. A tendência é que, ao longo da noite, fiquem
cada vez menos pessoas assistindo, enquanto os quartos ficam cheios. Difícil
alguém ficar totalmente nu, mas acontece. Os homens costumam somente abaixar as
calças, e as mulheres, preferem as saias e os vestidos para facilitar".
O que gostou - "Eu curti
tudo, o clima, e a sedução, a coisa de poder ficar com quem eu quisesse, com
quantos eu quisesse, a hora que quisesse. Ao mesmo tempo, à medida que fui
frequentando, aquilo começou a ficar banal pra mim. Acho que prefiro muito mais
um swing casual, do que ir a uma casa, só para isso. Mas dá para apimentar a
relação, depende de cada casal, se eles forem desprendidos".
O que não gostou - "Alguns
caras que não queriam usar camisinha. Incrível, mas tinha mulher que
topava".
*nomes trocados para
manter o anonimato das entrevistadas.
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