FONTE: Yuri Abreu, TRIBUNA DA BAHIA.
Veja recomendações.
Que o
brasileiro, em muitos casos, adora fazer um improviso, todo mundo sabe. O
problema é que a atitude, principalmente em se tratando de instalações
elétricas no geral pode, inclusive, levar a morte. É o que aponta uma pesquisa
divulgada na última quinta-feira pelo Instituto Brasileiro do Cobre (Procobre)
e pela Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade
(Abracopel).
Segundo
o levantamento, em todo o Brasil, apenas em 2016, 599 pessoas morreram em
decorrência de acidentes com eletricidade, sendo 171 relacionados a acidentes
domésticos. Na Bahia, os dados apontam que, ano passado, aconteceram 67 mortes
por este tipo de problema, sendo 23 em residências.
Em
comparação com 2013, 2014, 2015, o estado vem mantendo a triste média de mais
de 65 mortes por ano (a exceção foi 2013, com 51). Isso sem contar os 25
incêndios causados por curto circuito no estado que geraram três óbitos, também
em 2016. O mesmo número de incêndios e mortes ocorreu em 2015. Já em 2013 e
2014, aconteceram nove e 14 situações deste tipo no estado, respectivamente,
mas sem registro de mortes.
A
questão é que a maioria desses acidentes poderia ter sido evitado com a
adequação das instalações elétricas nas moradias, ainda carentes de medidas de
proteção e dispositivos que garantam a segurança das pessoas e do patrimônio. O
levantamento ainda revelou que somente 29% das residências brasileiras possuem
projeto elétrico - 25% deles elaborados por eletricistas -, 52% dos imóveis
possuem fio terra instalado e apenas 27% das moradias possuem DR, um
dispositivo de proteção que, ao interromper a fuga de corrente, reduz o risco
das consequências de um choque elétrico.
Outro
fato que chama a atenção é que, mesmo entrado em vigor desde 2011 no Brasil,
apenas 35% dos imóveis adotam o padrão de tomada de três pólos. O levantamento
também revela que metade dos quadros elétricos não possui qualquer
identificação de componentes do circuito.
Um
ponto subseqüente está relacionado ao uso de benjamins, extensões e T’s,
utilizados por 57% das famílias pesquisadas. Nesse caso, segundo a pesquisa, a
idade de construção do imóvel mostrou pouca relação com o uso expressivo dos
componentes. Com relação ao tempo de vida da habitação, o levantamento mostrou
relação direta ao maior risco do patrimônio a incêndios e dos moradores à
exposição de choques elétricos. Outro fator de agravamento de risco
identificado na pesquisa refere-se ao tipo da obra, se realizada por
construtoras ou resultado da autoconstrução, tipo de obra predominante no Brasil.
“A
pesquisa mostra que o risco de acidentes com eletricidade em ambiente doméstico
ainda é muito grande. Os acidentes de origem elétrica (mortes por choques, por
incêndio por curto circuito e por descarga atmosférica) matam mais que a dengue
no país. É preciso formar um senso crítico na população para que ela adote
medidas de segurança em casa. Nossos legisladores também precisariam dar a
devida importância ao tema, criando algum tipo de instrumento de regulação,
para que as residências antigas tivessem as instalações elétricas inspecionadas
e as novas certificadas”, afirmou Antônio Maschietto, diretor adjunto do
Procobre.
Ele
reforça os riscos, à sociedade, de uma instalação de fiação elétrica que não é
feita respeitando as normas de segurança. “Os acidentes com eletricidade nas
residências oferecem risco de morte ao morador. A instalação correta, feita por
um profissional habilitado, prevendo a instalação de dispositivos de segurança,
a exemplo do fio terra e do DR, poderia ter evitado essas mortes. Já o dimensionamento
correto das instalações poderia reduzir os incêndios por curto circuito nas
moradias”, alertou.
Recomendações.
De acordo com o Procobre, entre as principais medidas de
segurança para evitar a exposição do patrimônio ao risco de incêndio e do
morador a acidentes domésticos com eletricidade, estão às seguintes, listadas
abaixo:
1- Fazer a manutenção periódica das instalações elétricas e redimensioná-las e/ou renová-las sempre que preciso (sugere-se a revisão a cada 10 anos);
2- Instalar o fio terra e os DRs (dispositivos diferenciais residuais);
3- Usar protetores de tomadas sempre que estiverem fora de uso para evitar a exposição de crianças pequenas ao risco de contato com a eletricidade;
4- Quando possível, substituir as tomadas de dois pinos (antigas) por tomadas do novo padrão com três pinos;
5- Desligar o disjuntor no quadro de distribuição, antes de qualquer serviço que envolva o contato com a eletricidade em casa;
6- Evitar o uso de eletrodomésticos e/ou eletroeletrônicos em locais úmidos;
7- Sempre desligar o chuveiro antes de trocar a chave da temperatura;
8- Não fazer uso de eletrodomésticos e/ou eletroeletrônicos conectados à tomada durante tempestades e vendavais.
9- Evitar o uso permanente de benjamins, extensões e T’s, preferindo a instalação de novas tomadas.
10- Chamar sempre um profissional qualificado, que entenda os perigos e riscos da eletricidade, para realizar serviços no imóvel.
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