FONTE: Do UOL, em São Paulo (http://noticias.uol.com.br).
Cortou da dieta os queijos amarelos,
ricos em gordura saturada? Calma, eles podem não ser tão perigosos à saúde como
antes se imaginava. O consumo de queijo, leite e iogurte --mesmo em suas
versões mais gordurosas-- não aumenta o risco de a pessoa ter problemas
cardíacos graves ou doenças cardiovasculares.
É o que mostra um estudo publicado
recentemente no European Journal of Epidemology, que avaliou 29 estudos
anteriores sobre o assunto, realizados nos últimos 35 anos e que envolveu
938.465 participantes de todo o mundo.
Tal conclusão contradiz a teoria de que
o consumo de produtos com alto teor de gordura saturada pode aumentar o risco
do desenvolvimento destas enfermidades. Para o estudo, o impacto do consumo
destes alimentos à saúde é "neutro". Já o consumo de produtos lácteos
fermentados, acrescentam os cientistas, podem até mesmo diminuir, ainda que
"ligeiramente", o risco de a pessoa vir a ter um ataque cardíaco ou
um AVC.
De acordo com Ian Givens, pesquisador
da Universidade de Reading, na Inglaterra, que participou do estudo,
"existe uma ampla, mas errada, crença entre o público de que os produtos
lácteos em geral podem ser nocivos, mas isso é um equívoco. Embora seja uma
crença amplamente difundida, nossa pesquisa mostra que isso é errado".
Para Givens, houve uma publicidade
grande nos últimos anos vinculando o consumo de gorduras saturadas com o
aumento do risco de doenças cardiovasculares, o que fez com que esta crença se
arraigasse na população britânica. Isso explica, por exemplo, o fato de 85% de
todo o leite vendido no Reino Unido atualmente seja semi-desnatado ou
desnatado.
A pesquisa, ao ressaltar o não
vínculo entre o produtos lácteos ricos em gordura saturada e o desenvolvimento
de doenças cardíacas, frisa que nos últimos anos houve uma queda no consumo de
leite na população, o que poderia ocasionar problemas de saúde relacionados à
falta de cálcio --mineral presente no leite e essencial para a construção e
manutenção dos ossos e dos dentes-- como a osteoporose.
A pesquisa foi parcialmente
financiada por três grupos ligados à indústria de laticínios --Global Dairy
Platform, Dairy Research Institute e Dairy Australia). Os pesquisadores, no
entanto, descartam que tenha havido influência deles sobre a conclusão da
pesquisa, já que ela se baseou em estudos anteriores.
Queijo é viciante.
Outro estudo recente, que também
aborda laticínios, fala sobre "propriedades viciantes" do queijo. De
acordo com o jornal Public Library of Science One, o queijo é
particularmente viciante porque contém caseína em sua composição.
Tal substância, presente nos produtos
lácteos, segundo os pesquisadores, pode desencadear receptores opioides ligados
ao vício no cérebro. A pesquisa também apontou que os alimentos que ocupavam o
"pódio dos mais viciantes" eram aqueles que continham queijo.
Para medir a dependência de uma
pessoa a uma substância, como a caseína, os autores utilizaram a YFAS (Yale
Food Addiction Scale), medida desenvolvida por pesquisadores do Rudd Center
for Food Policy and Obesity da Universidade de Yale, na Inglaterra, criada
em 2009 para determinar os alimentos mais viciantes --aqueles com alto teor de
gordura e alto teor de açúcar seriam, segundo a YFAS, são os que causam mais
"dependência alimentar".
Nenhum comentário:
Postar um comentário