FONTE: Ansa Brasil, TRIBUNA DA BAHIA.
Em fevereiro de 2015, as
autoridades católicas reconheceram apenas 72 casos.
Cerca de 550 crianças foram
violentadas ao longo de décadas por membros do coral católico da Catedral de Ratisbona,
de acordo com uma denúncia publicada nesta terça-feira (18) pela imprensa
alemã.
Um relatório final apresentado
pelo advogado Ulrich Weber aponta que ao menos 547 crianças teriam sido vítimas
de violência, sendo que 500 de agressões físicas e 67 de violências sexuais
também. Os crimes teriam ocorrido a partir de 1945 e perdurado até os anos
1990.
O advogado informou que, até o
momento, 49 suspeitos foram identificados. As cifras divulgadas hoje são
largamente superiores às informadas em 2016, que estipulavam 231 vítimas. Em
fevereiro de 2015, as autoridades católicas reconheceram apenas 72 casos.
O relatório de Ulrich Weber faz
parte de uma investigação iniciada em 2010 sobre crimes e abusos cometidos por
membros da Igreja Católica na Alemanha. O coral masculino Domspatzen, da
Catedral de Ratisbona, é um dos mais famosos e conceituados grupos católicos.
Entre 1964 e 1994, sob direção de
Georg Ratzinger, irmão do papa emérito Bento XVI, a escola musical ganhou fama
mundial. "Se eu tivesse tido conhecimento do excesso de violência que era
aplicado, teria feito algo. Peço perdão às vítimas. Eu também dava bofetadas, mas isso sempre pesou na minha consciência",
disse Georg Ratzinger em uma entrevista em 2010 à imprensa alemã.
De
acordo com Weber, muitas das crianças da época, ouvidas como testemunhas,
relataram que o período no coral foi "o pior período da vida delas,
marcado por violência, medo e infelicidade". As vítimas devem ser
indenizadas a partir de agora em até 20 mil euros.
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