Vacinas
feitas "sob medida" para combater tipos mais fortes e perigosos de
câncer estão dando resultados positivos, apontaram duas pesquisas
realizadas sobre o assunto nos Estados Unidos e na Alemanha e publicadas pela
revista "Nature" na quarta-feira, dia 5.
De
acordo com os estudos, que representam uma descoberta positiva em mais de 30
anos de pesquisa, as vacinas personalizadas começaram a obter bons resultados
no seu trabalho de combater o tipo mais agressivo de tumor de pele: o melanoma.
A
luta contra o câncer acontece com armas diversas, ou seja, de maneira
personalizada, atingindo as mutações particulares de cada paciente e destruindo
as células cancerígenas sem danificar as sadias.
Nas
duas pesquisas a vacina ainda está na primeira fase de testes e a amostra de
portadores de câncer ainda é pequena em ambas. No entanto, como informa a
revista, as "duas estratégias de vacinação personalizada [...] mostram ser
seguras e oferecem benefícios clínicos aos pacientes de alto risco de melanoma".
O
primeiro dos estudos foi conduzido pela pesquisadora Catherine Wu, do Instituto
Dana-Farber para a Pesquisa sobre Câncer de Boston, nos EUA, em seis pessoas
tratadas com substâncias administradas sob medida para combater de maneira mais
eficiente o tumor de cada um.
Já a
segunda pesquisa foi conduzida pelo estudioso Ugur Sahin, da empresa alemã
BioNTech, que utilizou uma vacina terapêutica
destinada a atingir as mutações de cada paciente em nível individual em 13
pessoas com melanoma.
Comentando
os resultados das pesquisas na própria "Nature", o professor
Cornelius Melief, da Universidade de Leida, na Holanda, observou que para que
as vacinas tenham resultados ainda mais positivos e totalmente corretos é
preciso ao menos de uma segunda rodada de testes com uma amostra maior de
indivíduos.
E
para o diretor do Centro de Imuno-Oncologia da Azienda Ospidalera Universitaria
de Siena, Michele Maio, os resultados dos dois trabalhos "demonstram que a
imunoterapia dos tumores está dando grandes passos".
"Esses
dois estudos usam uma nova abordagem, sobre a qual a comunidade científica está
trabalhando há poucos anos. Ela consiste em focalizar a atenção nas mutações
que se acumulam nas células tumorais com o passar do tempo e que geram
proteínas anômalas completamente desconhecidas ao sistema imunológico,
distintas em cada paciente", concluiu Maio. (ANSA)
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