FONTE: ***, Fábio Fabrini e Lígia Formenti, São Paulo e Brasília (http://noticias.uol.com.br).
O Tribunal de Contas
da União (TCU) ainda traçou um perfil dos processos movidos contra o Ministério
da Saúde para compras de medicamentos e insumos médicos. As ações são
predominantemente individuais e têm taxa de sucesso alta. Os juízes, em geral,
concedem antecipação de tutela aos autores sem pedir informações prévias às
Secretarias de Saúde. A maioria das ordens é dada sem tomar como base
normativas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) ou o sistema criado pelo órgão
para orientar magistrados. No Summit Saúde Brasil 2017, organizado pelo jornal O
Estado de S. Paulo na semana passada, o CNJ apresentou a ideia de criar um
banco de 52 pareceres para orientar o Judiciário.
As causas envolvem
geralmente valores acima de 40 salários mínimos. A maior parte é ajuizada por
advogados, seguidos de perto por defensores públicos, aos quais recorrem
cidadãos mais pobres. Atualmente, há milhares de processos suspensos,
aguardando deliberação do Supremo Tribunal Federal (STF), que interrompeu
julgamento para discutir em que situações o Estado tem o dever de fornecer o
tratamento demandado. A Corte entendeu que as questões suscitadas em algumas
ações têm repercussão geral, ou seja, a decisão a ser adotada vinculará todas
as instâncias inferiores.
A auditoria do TCU
identificou que, embora os gastos para atender ações judiciais tenha aumentado
de forma expressiva, não houve, por parte do Ministério da Saúde, a criação de
um controle administrativo para acompanhar as despesas. O problema também foi
identificado em secretarias de Saúde selecionadas para fazer a análise.
O TCU observou, por
exemplo, a ausência de rotinas de coleta, processamento e análise de dados que
permitam dimensionar a judicialização. Auditores destacaram ainda a ausência de
mecanismos para detecção de fraudes e duplicidade de pagamentos.
Recomendações.
Diante dos
resultados, o TCU recomendou ao Ministério da Saúde, por meio de acórdão
aprovado na quarta-feira, 16, a adoção de mecanismos que melhorem o
acompanhamento dos dados, racionalizem compras e evitem duplicidade de pedidos.
Além disso, sugeriu a criação de uma coordenação para centralizar todas as
informações relativas aos processos judiciais.
O Tribunal ainda
sugere que o ministério passe a adotar de forma mais ampla o recurso da licença
compulsória, que permite ao País comprar ou produzir versão genérica de
medicamentos protegidos por patente. E recomendou que os Conselhos de Medicina
fiscalizem prescrições.
O ministro Ricardo
Barros disse que a pasta já está colocando em prática "todas as
medidas" recomendadas pelo TCU. "Parece até que viram as minhas
palestras", afirmou.
*** As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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