Dentistas
têm papel importante no diagnóstico de diversas condições.
Quando falamos
em dentista, as primeiras impressões que vêm à cabeça costumam ser relacionadas
a cáries, implantes e outros problemas localizados na boca.
O que poucos
conhecem é a atuação desses profissionais, principalmente os da área da
estomatologia, para a detecção de doenças localizadas em outras partes do
corpo.
“O olhar clínico
de um dentista é o mais preparado para identificar doenças na boca. Um
pronto-socorro é ótimo para traumas ou emergências médicas, mas se alguém acha
que está com um problema na boca não relacionado aos dentes a melhor opção é ir
ao dentista para obter um diagnóstico correto e encaminhamento para um médico
especializado”, diz Fábio De Abreu Alves, presidente da Câmara Técnica de
Estomatologia do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP).
“As doenças na
boca podem ser classificadas em três grupos: infecciosas, autoimunes e
tumorais”, explica o dentista. As infecciosas costumam aparecer por causa da
elevada umidade e temperatura da boca, além da presença de bactérias no local.
As autoimunes se manifestam naturalmente a partir do epitélio - o tecido que
cobre o interior da boca e as gengivas. Por fim, nas tumorais, a presença de
nódulos é a manifestação mais comum, como em casos de câncer na boca, afirma
Alves.
O doutor também
alerta para os perigos de ignorar sinais que a boca pode menifestar.
“Por ignorância
ou medo, muitas pessoas deixam de descobrir doenças em seus estágios iniciais
ao não irem ao dentista ou por achar que é uma afta ou algo sem importância.
Quanto mais cedo a pessoa procurar um diagnóstico, melhores são as chances de
tratamento e recuperação efetiva das doenças”, diz.
Veja abaixo
dicas do profissional para identificar corretamente sinais de nove doenças que
se manifestam pela boca. Mesmo assim, caso você fique em dúvida, a recomendação
é sempre ir a um dentista ou médico.
Sífilis: Um dos primeiros sintomas da doença aparece na boca, por
meio de feridas abertas que demoram a cicatrizar. A forma secundária da doença
pode apresentar placas vermelhas e úlceras.
Leucemia: Esse tipo de câncer sanguíneo, na maioria dos casos, pode
causar aumento generalizado da gengiva e sangramentos espontâneos que não eram
notados anteriormente.
Anemia: A língua passa a ficar mais lisa, além apresentar aspecto
‘careca’, ou seja, menos áspera e brilhante.
Bulimia: Ao provocar o vômito intencionalmente, o bulímico acaba
trazendo para a boca o ácido clorídrico, que causa a destruição dos tecidos
dentários e machuca a mucosa.
HPV: O mesmo subtipo de HPV causador do câncer no colo do
útero pode aparecer na boca, se manifestando por meio de uma ou diversas
verrugas. O quadro merece atenção, pois pode evoluir para um câncer (HPV de
alto risco).
Doenças
autoimunes: Enfermidades como o
lúpus, pênfigo vulgar e penfigóide benigno das membranas mucosas também se
manifestam na boca por meio de lesões ulcerativas - feridas abertas que doem e
incomodam.
Diabete: Nesse caso a manifestação oral não se dá por meio de
lesões, mas sim pelo hálito cetônico - odor característico da doença que se
assemelha ao cheiro de frutas envelhecidas. Além disso, a gengivite também é
comum.
Cirrose
hepática: Palidez das mucosas bucais,
as vezes com tonalidade amarelada ou esverdeada, é uma manifestação bucal da
doença.
Aids: É comum que a primeira manifestação da doença ocorra na
boca, pois patologias causadas por bactérias, fungos ou vírus atacam o sistema
imunológico do paciente. Gengiva inflamada, candidíase (placas brancas que
podem ser removidas com a raspagem), placas ou linhas verticais brancas na
região lateral da língua, e feridas (aftas maiores) nas mucosas internas,
língua, gengiva, amígdalas e lábios são os alguns dos sintomas.
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