Um estudo recente mostra que meninas
que têm a primeira menstruação, conhecida como menarca, cedo demais tendem a
passar menos tempo estudando, o que pode ter repercussões pelo resto da vida. O
alerta é de pesquisadores do Imperial College de Londres, no Reino Unido.
A equipe analisou dados de mais de
180 mil mulheres europeias, e identificou os marcadores genéticos associados ao
início da menstruação. Depois disso, eles analisaram esses marcadores e o tempo
gasto em educação utilizando outro conjunto de dados, envolvendo 118 mil
mulheres com mais de 30 anos e ascendência europeia.
Os pesquisadores descobriram que
adiando-se a menarca em um ano, em média, seria possível garantir cerca de 53
dias a mais de educação na vida das garotas. Eles isolaram fatores capazes de
interferir na questão, como status socioeconômico e nível de educação do país
em que as participantes viviam. Os resultados foram publicados na revista Behavior
Genetics.
A puberdade precoce é caracterizada
pelo aparecimento de mamas ou de pelos pubianos com menos de 8 anos de idade, e
pela ocorrência da primeira menstruação antes dos 9 anos. Nos meninos, o
diagnóstico ocorre quando o aumento do pênis ou dos testículos, bem como o
aparecimento de pelos pubianos, com menos de 9 anos.
A alteração é dez vezes mais comum
nas meninas. São diversas as causas possíveis: histórico de tumores e
meningite, problemas de tireoide ou nas glândulas adrenais, bem como exposição
precoce a hormônios de forma indevida, pelo uso de medicamentos, cremes ou
suplementos. A obesidade é outro fator de risco. É importante ressaltar que,
apesar de existir fatores genéticos envolvidos, a puberdade precoce não é
hereditária.
É comum que, a princípio, essas
crianças sejam mais altas que os colegas da mesma idade. Mas, a longo prazo,
isso pode resultar em baixa estatura na vida adulta. “As crianças mais
desenvolvidas do que colegas da mesma idade podem ter problemas de ordem
psicológica e social, como depressão e discriminação”, acrescenta, ainda, o
médico e professor de pediatria Luis Eduardo Caliari, da Santa Casa de São
Paulo.
O diagnóstico é realizado por um
conjunto de informações, a partir do histórico clínico da criança, exame físico
e testes complementares, como dosagem hormonal e exames de imagem, como raio X
de punho para avaliação da idade óssea e sua comparação com a idade
cronológica. Com tratamento adequado, é possível interferir na alteração e
evitar uma série de consequências futuras.
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