Os músculos podem ser os
principais responsáveis pela qualidade do sono. Um recente estudo do Centro
Médico Southwestern Home da Universidade do Texas descobriu que a falta de
uma proteína na composição muscular pode estar
associado à insônia e seus efeitos negativos. O
novo achado desafia a crença de que é o cérebro que controla todos os aspectos
do sono.
O estudo.
Em um teste feito com ratos, os
cientistas americanos descobriram que aqueles com altos níveis da proteína
BMAL1 nos músculos se recuperavam da privação de sono mais
rapidamente. Já quando a proteína era removida, os ratos tinham o sono
interrompido e dificuldade de recuperação.
Segundo os pesquisadores, a
descoberta ajudará no desenvolvimento de novos tratamentos que
poderão beneficiar pessoas que sofrem de distúrbios do sono. O problema,
lembre-se, aumenta os riscos de obesidade, depressão, ataques cardíaco e
derrame.
Proteína do ritmo circadiano.
Pesquisas anteriores já sugeriram que
nosso organismo é regido por um “relógio principal” que controla nosso ritmo
circadiano, que, por sua vez, determina um padrão de sono. Esse
relógio consiste em um grupo de células nervosas do cérebro, o núcleo
supraquiasmático, localizado no hipocampo.
Agora, com o novo estudo, os
cientistas acreditam que é a presença da BMAL1 – a “proteína
do ritmo circadiano”, como apelidaram – que regula a duração e a qualidade
do sono. A diferença de níveis da proteína nos músculos,
segundo eles, teve mais impacto no sono do que a
presença ou a ausência da proteína no cérebro.
Além disso, a carência da proteína nos músculos pode
levar a uma necessidade maior em dormir por mais tempo e mais
profundamente. “O estudo mostra que esse fator muscular pode sinalizar ao
cérebro que ele deve influenciar o sono”, disse Joseph Takahashi, um dos
pesquisadores da Universidade do Texas, ao Daily Mail.
Os ratos são biologicamente similares
aos humanos. No entanto, mais estudos precisam ser feitos para avaliar os
resultados com maior precisão. “Se existem caminhos semelhantes em humanos,
isso proporcionaria novos alvos em medicamentos para o tratamento de
distúrbios.”
O estudo foi publicado no periódico
científico eLife.
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