Acha pouco? Pois saiba que uma
boa noite de sono também turbina o sexo e favorece o tônus muscular, além de
dar o maior pique. Então, já para a cama!
“Longe de ser desperdício de tempo, dormir
é essencial para recuperar parte da energia gasta durante o dia e se
manter saudável”, diz Silvio de Araújo Fernandes, fisioterapeuta com
especialização em ritmos biológicos do Cemsa – Centro de Estudo
Multidisciplinar em Sonolência e Acidentes, em São Paulo. Noites seguidas de
sono insuficiente provocam uma série de alterações no organismo e,
consequentemente, efeitos nada desejados.
Confira:
Quilos a mais.
As razões do ganho de
peso são hormonais. Enquanto você dorme, sua produção de leptina, hormônio da
saciedade, aumenta, enquanto a de grelina, responsável pela fome, diminui.
Poucas horas sob os lençóis inverte essa gangorra. Essa desregulagem não
necessariamente vai aumentar o apetite, mas com certeza diminuirá o ritmo do
metabolismo, e você fica com menor queima calórica e maior armazenamento de
gordura.
Quem dorme pouco também
produz mais cortisol, o hormônio doe stresse, responsável pela resistência à
insulina – outro fator que leva ao ganho de peso e ao diabetes tipo 2. Dormir
bem, ao contrário, faz aumentar a produção de serotonina, neurotransmissor que
provoca sensações agradáveis, além de contribuir para diminuir a vontade de comer doces.
Enquanto dormimos, o cérebro também ordena a produção do hormônio do crescimento,
o GH, que acelera o metabolismo, ajuda a evitar o acúmulo de gordura, freia a
ação do tempo sobre as nossas células e age a favor da massa magra.
Somar anos ao semblante.
“Para além das olheiras
e do aspecto cansado, a adrenalina, outro hormônio do stress, induz à
compressão dos vasos sanguíneos periféricos que irrigam a epiderme, diminuindo
a circulação do sangue no rosto e deixando a pele sem viço”, fala Dalva
Poyares, neurologista do Instituto do Sono, em São Paulo, e professora da
Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Durante o repouso, o
organismo combate com mais facilidade dos radicais livres, que podem causar
envelhecimento precoce e até mesmo tumores. É que a escuridão leva à produção
da melatonina, o hormônio que, além de induzir o sono, é um poderoso antioxidante.
Aumentar o risco de doenças.
Sem o descanso noturno,
o corpo libera menor quantidade de interleucinas, substâncias que agem contra
vírus e bactérias. Também pode desencadear depressão e, segundo o Instituto
Nacional do Câncer dos Estados Unidos, alguns tipos de tumor.
Diminuir a libido.
O estresse prolongado
por déficit de sono interfere até mesmo na disposição para o sexo. Se o sono
não é reparador, o corpo sofre uma descarga considerável de cortisol e
adrenalina, hormônios diretamente ligados à sensação de cansaço. Segundo um
estudo da Fundação Nacional do Sono, nos Estados Unidos, dormir pouco pode,
ainda, diminuir a intensidade do orgasmo. Especialistas em sono, aliás, são
unânimes: a cama é lugar para dormir e para transar.
O sexo é um
tranquilizante natural. Ao atingir o clímax, saem de cena os hormônios do
estresse para dar lugar às relaxantes endorfinas, que fazem o cérebro e o
organismo funcionarem melhor, interferindo diretamente na qualidade do sono. De
quebra, essas substâncias têm ação analgésica e aumentam a tolerância às dores
de um modo geral, incluindo as musculares pós-exercício.
Antes que seja tarde.
Prolongar as noites mal
dormidas desencadeia outro distúrbio: insônia. Isso porque seu organismo pode
estranhar quando você resolver retomar o padrão normal de sono, com hora certa
para dormir e acordar. Ela pode ser transitória (ou aguda) – um transtorno que
é pontual -, mas existe o risco da insônia transitória se tornar crônica – um
quadro mais grave e persistente.
Mulheres em claro.
As mulheres,
provavelmente por razões hormonais, são as mais afetadas pela insônia crônica.
Sofre desse mal quem não dorme bem três vezes por semana por mais de três
meses, segundo Rosa Hasan. “As madrugadas em claro podem ser sintomas de alguma
doença psíquica, de ansiedade a depressão, ou física como problemas renais que
obrigam a várias idas ao banheiro.” Entre os insones crônicos, encaixam-se
tanto os que têm dificuldade de pregar os olhos como os que sofrem de despertar
precoce.
Aprenda a dormir melhor.
- Deixe
o quarto totalmente escuro (sem luz indireta da tevê ou do computador)
para estimular a secreção da melatonina, o hormônio do sono. A temperatura
ambiente também deve estar agradável e as roupas adequadas para que você
não sinta frio ou calor.
- Crie
uma rotina de relaxamento antes de ir para a cama. O que funciona: banho
quente, meditação, música suave, leitura e pensamentos agradáveis
(mentalize um cenário paradisíaco, um encontro romântico e o que mais lhe
der prazer para liberar a relaxante serotonina).
- Jante
três horas antes de ir para a cama, evitando comidas calóricas. Assim, a
digestão fica mais fácil.
- Fumo,
café e álcool são estimulantes do sistema nervoso central. Abstenha-se
pelo menos três horas antes de ir para a cama.
- Beba
água para não ter sede no meio da noite, mas em pequena quantidade. Do
contrário, terá de interromper o sono para ir ao banheiro.
- Não
faça atividade física no final da tarde. Para chamar o sono, o corpo
precisa esfriar.
- Faça
sexo. Esse é o único exercício liberado imediatamente antes da hora de
dormir. O orgasmo também produz endorfinas e induz o sono.
- Não
use medicamentos contra insônia sem indicação médica. Eles podem ter
efeito bumerangue e piorar a qualidade do sono. No dia seguinte, você terá
a sensação de uma leve embriaguez, correndo o risco de acidentes.
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