FONTE: Do VivaBem, em São Paulo, http://vivabem.uol.com.br
Chegou o dia da sua "revisão" semestral
no dentista e, ao sentar na cadeira do consultório, muito provavelmente você
vai responder se está com alguma dor de dente, sangramento nas gengivas ou se
passa fio dental corretamente todos os dias. No entanto, existem perguntas que
não estão sendo feitas, apesar de muito importantes: aquelas sobre a sua vida
sexual.
Questões sobre hábitos sexuais podem ser
fundamentais na prevenção de câncer de orofaringe, que afeta boca, língua,
palato e faringe e está relacionado ao vírus do papiloma humano (HPV) por meio
do sexo oral. O problema é que muitos dentistas não estão dando tanta atenção
para a prática, sugere um estudo publicado no Journal of the American Dental Association.
Após conversarem com quatro grupos de pesquisa
que envolveram dentistas reunidos para uma conferência regional, constatou-se
que muitos desses profissionais não orientavam seus pacientes sobre câncer de
maneira geral.
Na verdade, a maioria só falava sobre a doença
quando a pessoa já chegava com sintomas, como um nódulo indolor no pescoço ou
uma dor de garganta que não desaparecia, de acordo com a pesquisa. Isso
significa que muitos pacientes não estão tendo conversas importantes sobre
fatores de risco e métodos de prevenção. Seriam barreiras a falta de
privacidade na maioria dos consultórios odontológicos, além do medo de
envergonhar o paciente ao falar de uma questão bastante pessoal.
"Dado o aumento alarmante dos cânceres
atribuídos ao HPV, os dentistas poderiam ser agentes importantes para promover
essa prevenção", disse o autor do estudo, Ellen Daly. "No entanto, há
uma necessidade séria de melhor treinamento e educação desses
profissionais".
Números em alta.
O câncer de garganta ligado ao HPV é um problema
crescente: antes de 1990, apenas 21% dos cânceres orofaríngeos incluíam a
presença de HPV. Após 2000, esse número cresceu para quase duas em cada três
amostras, de acordo com uma meta-análise da Faculdade de Medicina e
Saúde Pública da Universidade de Wisconsin, no Canadá.
Os pesquisadores acreditam que o estudo destaca a
importância de usar a visita ao consultório dentário como forma de educar os
pacientes sobre seus próprios fatores de risco, quais os sintomas que eles
devem observar e o que podem fazer para se protegerem.
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