Causada
por um vírus, o herpes simplex 1 (HSV), essa infecção
recorrente começa com um formigamento nos lábios e segue com uma coceira até
que, finalmente, eclodem as bolhas. Por fim, elas se transformam em feridas.
Estima-se
que cerca de 90% da população mundial tenha o vírus do herpes alojado no
organismo. Mas apenas de 10 a 15% manifesta os sintomas. Por quê? Brechas na imunidade.
A transmissão
é feita por gotículas de saliva, beijo, objetos contaminados levados à boca e
por aí vai. Por isso, é bem comum que o primeiro contato com o HSV aconteça
ainda na infância.
O
inimigo invade o corpo, percorre a mucosa da boca e se instala em terminações
nervosas, especialmente nos gânglios. Ele costuma ficar por ali sem causar
incômodo. O ataque acontece quando as defesas do indivíduo estão enfraquecidas
– em função de estresse, muita exposição ao sol ou quando o organismo está
debilitado por gripe e resfriado, por exemplo.
Nesse
momento, o herpes simplex sai do gânglio e refaz o percurso até alcançar a
epiderme, camada mais superficial da pele, onde deflagra uma ferida. A doença
desaparece à medida que a imunidade se restabelece: seu ciclo costuma durar de
cinco a 12 dias.
Uma
variação do herpes simplex 1, o tipo 2 é responsável pelo aparecimento de
lesões na região da vulva, pênis, ânus, nádegas e virilha. Para evitá-las, a
recomendação é usar preservativos durante as relações sexuais. Até porque as
feridas potencializam o risco de outras doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), como aids.
Ambos
os tipos têm uma característica em comum: uma vez que penetram no organismo,
nunca são eliminados. O fundamental, portanto, é manter as defesas do corpo em
dia e controlar os eventuais sintomas quanto antes.
Sinais e sintomas.
–
Formigamento na pele
–
Coceira
–
Ardor
–
Dor
–
Vermelhidão
–
Bolhas
–
Feridas
Fatores de risco para a eclosão das
feridas.
–
Exposição ao sol
–
Alterações hormonais, como as do período menstrual
–
Infecções como gripes e resfriados
–
Consumo de itens ricos no aminoácido arginina, entre elas nozes, amêndoas e
chocolates
–
Estresse
A prevenção.
Como
o responsável pelas lesões nos lábios é um vírus altamente contagioso, é bom tentar
se manter longe dele, evitando compartilhar copos, talheres e itens de
maquiagem. Se notar sinais da doença na pessoa ao lado, mantenha distância para
escapar das gotículas de saliva contaminadas.
Algumas
atitudes contribuem para evitar o aparecimento das feridas labiais. Uma das
principais é ter cuidado ao se expor ao sol. Os raios ultravioleta fragilizam as nossas defesas,
além de ressecar os lábios, que ficam mais vulneráveis.
O
uso de protetor labial e corporal ajuda, mas não impede por completo que o
herpes ataque. Para quem convive com crises periódicas, é prudente valorizar a
sombra.
A
alimentação também influencia na prevenção. É que a arginina, uma substância
presente em nozes, amêndoas, chocolate e uva, costuma atiçar o vírus. Pelo mesmo
motivo, suplementos à base desse aminoácido, muito difundidos em academias de
ginástica para fortalecer os músculos, são um perigo para quem é suscetível.
Estudos
apontam a associação entre alterações emocionais e as crises de herpes. Veja: o
estresse crônico é capaz de minguar nossas defesas, abrindo espaço para o vírus
se manifestar. Por isso é tão importante domar a tensão diária.
O diagnóstico.
Em
geral, a simples observação das características físicas da infecção por herpes
é suficiente para chegar ao diagnóstico. Até porque, como o vírus propicia
episódios recorrentes e os gatilhos são conhecidos do paciente, fica mais fácil
identificar o problema.
Se o
médico achar necessário, pode solicitar um exame de cultura de uma amostra
retirada da área afetada para confirmar a presença do vírus. Outra forma de
checar se ele é o responsável pelas feridas é por meio de uma análise sanguínea
do paciente. Se o resultado der positivo, não resta mais dúvida sobre o agente
por trás dos sintomas.
O tratamento.
Não
existe uma cura para herpes, mas a doença é autolimitada – ou seja, desaparece
à medida que o sistema imune do indivíduo se recupera. De qualquer jeito,
durante as crises infecciosas, o objetivo principal é diminuir o desconforto na
área afetada. Assim, aplicar gelo sobre as lesões ajuda, porque a temperatura
fria alivia a dor e auxilia na recuperação.
Para
reduzir a concentração de herpes simplex no corpo e, consequentemente, a
frequência de lesões e a intensidade das manifestações futuras, o médico às
vezes lança mão de remédios antivirais. O ideal é iniciar o uso da pomada ao
menor sinal do herpes, de preferência ainda na fase do formigamento e coceira.
Essa tática abrevia a crise e minimiza a disseminação da enfermidade – quando
as bolhas e feridas irrompem, o vírus se torna mais contagioso.
Lavar bem as mãos é fundamental para evitar a propagação do vírus a
outras partes do rosto, como nariz e olhos. E nem pense em furar as bolhas.
Isso só servirá para intensificar a dor, espalhar o herpes e retardar a
cicatrização.
Estudos
recentes apontam um novo tratamento capaz de impedir a recorrência dos ataques
do herpes simplex. O medicamento em forma de cápsulas tem como princípio ativo
o cloridrato de lisina, cuja
atuação impede a multiplicação do vírus dentro das células.
Lisina
é um aminoácido naturalmente obtido com a ingestão de alimentos como leite, carnes,
feijão, legumes e frutas. Só que o remédio aumenta em 20 vezes a concentração
dessa molécula no corpo, potencializando seu efeito protetor contra o herpes.
Em resumo, ele encurta o período de sintomas e reduz a ocorrência das crises.
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