FONTE: *** Heloísa Noronha, Colaboração para o UOL, http://estilo.uol.com.br
Observar o par fazendo
sexo com outra pessoa e tirar prazer disso é um fetiche mais comum do que
se imagina. E não são apenas homens que curtem, não, embora os níveis maiores
de testosterona no organismo e a educação mais liberal favoreçam que sejam os
principais praticantes.
Os adeptos não associam a prática com
infidelidade nem com amor. Para eles, ela pode não só proporcionar muita
satisfação como ainda melhorar o relacionamento. Se você é do time que acha
improvável tirar prazer do fetiche, veja algumas justificativas.
Perceber o par como mais sedutor.
Quem é adepto narra uma enorme satisfação em ver
o par sendo objeto de desejo e sedução de alguém. É como se a pessoa se
tornasse mais interessante. Ainda sob esse aspecto, os homens voyeurs costumam
curtir a fantasia de que a mulher é uma “safada”, uma deusa do sexo.
Alguns homens gostam simplesmente de ver outro
cara mandando ver, mesmo que não admitam isso nem para si mesmos. É uma
erotização “sem compromisso”, digamos, do homem em ação. Em alguns casos, há
uma projeção homossexual – o voyeur, inconscientemente, projeta-se na própria
mulher e tem uma relação com alguém do mesmo sexo.
Clandestinidade afrodisíaca.
O prazer, para algumas pessoas, está no fato de
assumir mesmo o papel de observadora, ou seja, elas sequer ficam no ambiente
onde está rolando o sexo. Preferem espiar pela fresta da porta ou pela janela,
atitude que torna a experiência mais excitante.
Observar o par transando também pode funcionar
como uma espécie de combustível. Depois de assistir, muitos voyeurs também se
dispõem a participar da brincadeira. Outros dispensam o terceiro elemento e
preferem retomar a transa típica entre o casal.
Prazer em se sentir humilhado.
Alguns homens, sobretudo os com tendências
masoquistas, investem na fantasia de que estão sendo “obrigados” a presenciar a
mulher transando com outro e sentem prazer nessa condição “humilhante”.
Forcinha para superar impedimentos
físicos.
Para homens com quadros de disfunção erétil,
observar a mulher com outro também tem a função de uma espécie de projeção. É
como se ele estivesse transando ali, mesmo que não consiga ou não possa.
Traição consentida.
Para alguns casais, é seguro e libertador
escolher livremente pessoas para terem experiências mais íntimas sem se
arriscarem a cometer uma traição, já que tudo se combina previamente.
Antes de entrar nessa, é preciso muita conversa.
Importante: vale lembrar que o
casal precisa ter uma estrutura emocional bem madura e forte para lidar com a
experiência. Quando passam por uma crise e acreditam que a prática vai servir
como alternativa para esquentar ou superar certas coisas, há o risco de a
relação afundar de vez.
Outra coisa: muitas vezes uma
das partes entra mais pela curiosidade que, uma vez satisfeita, torna a
atividade incômoda. Trata-se de uma fantasia que precisa ser muito bem conversada
e aceita por ambos para ser realizada e trazer algo positivo para os dois.
*** Fontes: Arlete Girello Gavranic, psicóloga e
terapeuta sexual do Isexp (Instituto Brasileiro Interdisciplinar de Sexologia e
Medicina Psicossomática), em São Caetano do Sul (SP); Carlos Eduardo Carrion,
psiquiatra especializado em sexualidade; Jussania Oliveira, psicóloga e
sexóloga, e Oswaldo Martins Rodrigues Jr., psicólogo, terapeuta sexual e
diretor do Inpasex (Instituto Paulista de Sexualidade Humana).
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