FONTE: Heloísa Noronha, Colaboração para o UOL, http://estilo.uol.com.br
Ciúme não é sinônimo de amor ou cuidado. Você é
alvo desse sentimento? Ou sente por seu par? Então veja o que a pessoa que
sofre com o ciúme alheio costuma pensar:
"O que eu
fiz para você não confiar em mim?"
A pessoa já está entrando em desespero. A
percepção sobre o relacionamento fica tão confusa que o alvo de ciúme toma a
responsabilidade para si. Na maior parte das vezes, nenhuma atitude ou
comportamento detonou as suspeitas. “As raízes do ciúme vêm das crenças
do ciumento”, diz Naiara O. Mariotto, psicóloga pós-graduada em
Sexologia. "Traições em relações anteriores, familiares ou de amizade, ter
crescido em um ambiente de desconfianças, baixa autoestima são alguns dos
fatores que podem ter produzido esse perfil ciumento", explica. O alvo não
deve assumir a responsabilidade por isso, não se deixar contaminar, tornando-se
também alguém inseguro e cheio de cobranças.
“Meu par me enche tanto o saco que eu devia
meter um chifre!"
Aqui a pessoa já se deu conta de que o problema
provavelmente está no outro e não nela. É um pensamento que também sinaliza que
a paciência com os ataques de ciúme do par está por um fio. O
respeito também deixa de ser um valor essencial para o futuro da relação e a
vontade de criar um motivo real para tanta briga surge como uma possível
válvula de escape. O perigo: magoar o outro, a si mesmo e a terceiros. Se a
sensação de sufocamento e controle vem permeando o romance, melhor terminar
tudo antes de inventar mais problemas.
"Será que
tanta desconfiança não é sinal de que meu par é infiel?"
Não é raro que as pessoas ciumentas, mesmo as que
não se dão conta disso, tentem disfarçar a vontade que sentem de pular a cerca.
O ciúme, nesse caso, é uma projeção de fantasias. Ele tenta
impedir através do outro o que não quer admitir para si mesmo. “Só que muitas
pessoas que se veem alvo de tanta cobrança acabam refletindo sobre isso e se
perguntando: se eu não dou motivo, não seria um reflexo de algo que meu par fez
ou quer fazer?”, diz Ellen Moraes Senra, psicóloga especialista em terapia
cognitivo-comportamental.
“O que eu deveria
mudar para merecer mais confiança?"
Mudar na tentativa de aplacar o ciúme de alguém é
um erro comum. Homens e mulheres deixam de falar com certos amigos, ir a
determinados lugares e até mesmo a agir ou a se vestir do modo habitual para
conquistar uma confiança que nunca terão. Por que? Os ciumentos não
confiam neles mesmos. Em alguns casos, somente com ajuda profissional
é possível aprender a lidar com tanta insegurança. Pensar dessa forma talvez
seja um sinal de que você também necessita de apoio, já que pensa em assumir
uma responsabilidade que não é sua.
"Tem uma
coisa boa: tanto ciúme só pode ser amor verdadeiro!”
“Definitivamente, não”, responde
Mara Lúcia Madureira, psicóloga especializada em terapia
cognitivo-comportamental, de São José do Rio Preto (SP). “Essa é uma crença
totalmente equivocada. Amar alguém significa ter carinho e cuidados que
garantam o bem-estar. Não tem nada a ver com controle, acusações falsas,
suspeitas ilógicas ou agressões. Por mais tentadora que a ideia de ser tão
amado e irresistível aos olhos de alguém possa parecer, a questão gera
sofrimento tanto para quem a sente, quanto para o alvo”, explica.
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