FONTE: Marcelle Souza, Colaboração para o UOL, em São Paulo, https://noticias.uol.com.br
As tampas de canetas
esferográficas costumam ter um furinho na ponta. E isso não tem a ver com
durabilidade, nem eficiência do material. O orifício foi projetado pensando na
segurança de quem usa - ou até morde - as tampinhas.
"Para evitar risco
de asfixia, caso alguém engula a tampa por acidente, o objeto ganhou uma abertura
que possibilita a passagem de ar", explica Bernardo Abrantes, gerente de
papelaria da BIC Brasil.
Na marca, essa mudança
ocorreu em 1991, em adequação às normas internacionais de segurança.
Quem
se engasga com tampa de caneta?
Os números oficiais, na
verdade, não registram muitos acidentes com tampas de caneta. De acordo com o
Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia), 49% das
lesões relacionadas a engasgo, inalação, ingestão de objeto e sufocamento
envolvem produtos voltados para bebês e crianças. Chupeta e mamadeira, por
exemplo, correspondem a 36% dos casos de asfixia.
Além disso, um estudo
realizado pela Universidade de Pádua, na Itália, aponta os principais
causadores de engasgo: moedas, bolinhas de gude e alimentos como nozes,
sementes e grãos.
Segundo dados do
Ministério da Saúde, 826 crianças de até 14 anos morreram vítimas de
sufocamento em 2016. Desse total, 636 (77%) tinham menos de um ano de idade – o
que faz dessa a principal causa de morte entre bebês.
E
o furinho no corpo da caneta?
Além das tampas, o
corpo das canetas esferográficas também tem um furinho que deixa muita gente
curiosa. A finalidade desse orifício, porém, é diferente:
"Ele serve para
igualar a pressão do interior da carga à do exterior. Isso faz com que o
produto suporte ambientes de alta pressão, sem vazamentos e ainda ajuda na
chegada da tinta na ponta esférica", explica Abrantes.
Quanta ciência
envolvida da produção de uma simples caneta esferográfica, não é mesmo?
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