De um lado, a figura
romantizada da mulher que está em busca de um príncipe encantado. Do outro, a
realidade na qual elas têm os mesmos desejos que os homens, e isso nem sempre
inclui um relacionamento.
Quem opta por usar
aplicativos sabe que eles podem ser um caminho fácil para a pegação casual, mas
quando são mulheres aquelas que buscam apenas satisfação sexual ou só um lance
descompromissado, ainda tem quem torça o nariz.
A publicitária Flávia
Galante, de 26 anos, sofreu esse preconceito. Com o Tinder em seu celular desde
2012, ela começou a se aventurar pelo app para tentar esquecer uma desilusão
amorosa, mas aos poucos foi percebendo que poderia usar a ferramenta só para se
divertir.
“Eu sempre senti um
pouco de julgamento por sair com vários homens. Minhas amigas comentavam, e
muitos caras não me levavam a sério por não querer namorar. Nunca fiquei
preocupada, sempre pensei que a vida é minha e que não cabia a ninguém me
julgar. Mas com certeza não é fácil”, conta ela.
Ao investir apenas em
relações casuais, Flávia nunca teve problemas ou se estressou com desencontro
de expectativas. A comunicóloga Paula Vieira, de 25 anos, não teve essa mesma
sorte.
“Eu não queria nada
sério, mas também não queria deixar de curtir a minha vida e ter relações.
Então, eu entrei no Tinder puramente por diversão e, pelo menos nos homens que
acabei dando match, a intenção era a mesma. Mas rolaram alguns que estavam a
fim de algo sério e acabavam ficando decepcionados ou achando que eu mudaria de
ideia. Eles estavam errados, tanto que eu acabava terminando os rolos com eles”,
explica ela.
Para elas, os
aplicativos acabam sendo aliados na hora do flerte, já que eles oferecem uma
maior segurança às usuárias, na opinião da estudante Clarisse Fernandes, de 23
anos.
“Com o Tinder você
consegue filtrar melhor com quem você se envolve, você checa o perfil, lê
algumas informações da vida da pessoa, tem uma conversa. Se você não gostou,
você só some. É prático e fácil”, diz. “Você também não vai lá e já transa com
o cara. Geralmente, você vai a um bar, conversa, vê se as ideias batem, né?
Esse tipo de coisa é importante”.
Mais do que facilidade,
os aplicativos representam uma maior liberdade para as mulheres que não
precisam mais lançar mão de um falso interesse na relação, ou forçar situações
que não sejam ideais para ambos os lados.
“Eu saí com caras que
fiquei uma vez e depois mantivemos a relação por um ano, outros que até cheguei
a viajar, mas sempre foi casual, sempre quis assim. Existe todo tipo de gente
nesses aplicativos, quem quer compromisso, quem só quer sair, casal a fim de
sexo, pessoas querendo companhia… E isso é ótimo, porque você sempre vai achar
algo que combine com a fase que você está vivendo”, diz Clarisse.
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