Se quando falam
em alimentação saudável,
você logo pensa na mediterrânea, saiba que ela
andou ganhando competidores por aí. Isso porque a Organização Mundial da Saúde
(OMS), após uma revisão de estudos recentes, comprovou que a dieta
nórdica contemporânea pode ser tão benéfica quanto à mediterrânea, além de
evitar o desenvolvimento de doenças cardiovasculares,
câncer e diabetes.
Na lista de alimentos
liberados, aparecem figurinhas deliciosas: peixes, grãos integrais como
a aveia e o centeio, frutas locais (principalmente as “berries”: gojiberry,
blueberry, strawberry), legumes, nozes e produtos
lácteos com baixo teor de gorduras saturadas fazem parte das bases
alimentares de países nórdicos como Dinamarca, Finlândia, Islândia, Noruega e
Suécia.
De acordo com a
nutricionista mineira Fabiana Diniz, os itens listados acima têm efeito
positivo sobre o metabolismo do tecido adiposo (a gordura) por “conterem
nutrientes importantes ao funcionamento do organismo: as gorduras
insaturadas, fibras e compostos antioxidantes, como os
polifenóis”.
Benefícios da dieta
nórdica
A substituição
dos ácidos graxos saturados (presentes
na carne vermelha, leite de vaca e derivados) pelos insaturados (encontrados no
óleo de colza, muito utilizado pelas nações ao Norte do globo) pode reduzir o
desenvolvimento de aterosclerose, formação de placas nas paredes das artérias.
A nutricionista explica
que esses ganhos são aumentados por outras características da dieta, como o
baixo consumo de carboidratos simples e
a introdução de alimentos antioxidantes no cardápio. “Em
indivíduos obesos, a inflamação deve ser controlada com a restrição de
carboidratos simples (açúcares e farinhas) e gorduras saturadas, e o aumento do
consumo de antioxidantes, a fim de se evitar um quadro de resistência à
insulina”.
É possível adaptar.
Toda vez que
alguma dieta gringa ganha
fama, é muito comum a gente se decepcionar logo de cara: os ingredientes e
alimentos são muito caros ou difíceis de achar. A alimentação nórdica leva em
conta nutrientes encontrados em diversos tipos de frutas, verduras, peixes e
óleos, e por isso se torna fácil escolher aqueles em maior abundância no Brasil
(nosso bolso agradece!):
1) As
“berries” podem ser substituídas por frutas vermelhas brasileiras
ricas em polifenóis: jabuticaba, amora, romã, pitanga, morangos orgânicos, além
de outras fontes já bem consumidas pelos brasileiros (cebola, repolho,
batata-inglesa, manga, mamão papaia, tangerina, laranja, banana e abacaxi);
2) Priorize
peixes ricos em ômega-3 quando for ao
mercado (atum, sardinha, salmão e arenque). O óleo de canola e o azeite de oliva extra-virgem vão
no lugar do óleo de colza, uma vez que têm ácidos graxos insaturados;
3) Para
os grãos integrais, aposte em: aveia não-transgênica, sementes (chia, girassol,
abóbora) e leguminosas (feijões,
ervilha, lentilha e grão-de-bico). “As frutas e vegetais, em geral, devem ser
orgânicos para reduzir a exposição aos compostos químicos maléficos à saúde,
denominados xenobióticos”, lembra a nutricionista.
Para manter o foco no
seu objetivo, o segredo é variar o que leva ao prato. “É preciso ter cautela e
lembrar que dietas engessadas e restritivas são difíceis de serem seguidas em
longo prazo e podem desencadear transtornos como a compulsão alimentar”,
alerta. E lembre-se de que é importante procurar um especialista antes de
começar qualquer regime.
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