Os Estados brasileiros que têm o maior número de cubanos atuando pelo
programa Mais Médicos são Bahia e São Paulo, com 822 e 1.394 dos profissionais,
respectivamente.
Porém, não serão necessariamente esses os mais afetados com a saída dos
profissionais do país, uma vez que os Estados do Nordeste têm o menor
percentual de médicos do Sistema Público de Saúde. Os relatórios sobre o
impacto do fim do programa serão divulgados nos próximos dias pelo Ministério
da Saúde e pela Opas (Organização Pan-Americana da Saúde).
O
Ministério da Saúde deve lançar nas próximas semanas 1 edital para convocar
profissionais que queiram ocupar as vagas que serão deixadas pelos cubanos.
No total, 8.332 cubanos trabalham no programa. Os Estados do Nordeste concentram
2.817 (33,8%). A região Sudeste vem logo atrás, com 29% dos profissionais
(2.420 médicos).
Mais médicos.
O
Ministério da Saúde Pública de Cuba anunciou na 4ª feira (14.nov.2018) que o
país não participará mais do programa lançado no governo de Dilma
Rousseff (PT). Segundo o órgão, a saída dos médicos do país foi decidida após
declarações “ameaçadoras e depreciativas” feitas pelo presidente
eleito, Jair Bolsonaro (PSL).
Em contrapartida, Bolsonaro
afirmou que dará asilo aos cubanos que pedirem para permanecer no Brasil. “Nós
temos que dar asilo às pessoas que queiram. Não podemos continuar ameaçando,
como no governo passado. Quando eu for presidente, o cubano que quiser asilo
aqui, vai ter“, disse.
O principal objetivo do programa é aumentar a oferta de médicos no
interior do Brasil. A FNP
(Frente Nacional de Prefeitos) se manifestou. Em carta a Bolsonaro, os chefes
municipais afirmaram que a saída de médicos cubanos pode
trazer “irreparáveis prejuízos à saúde da população”.
Os prefeitos enfatizaram que as perdas maiores serão para os mais
pobres. Eles pediram que o futuro ocupante do Palácio do Planalto reveja
posição e mantenha, em caráter emergencial, as atuais condições.
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