Sua mãe morou com
várias pessoas ao longo da vida? Então é provável que você também tenha vários
parceiros ou parceiras. É o que sugere um estudo realizado pela Universidade do
Estado de Ohio, recém-publicado no periódico PLOS ONE.
Várias pesquisas já
tinham mostrado que filhos de pais separados são mais propensos a se divorciar
também. Mas o estudo atual é mais abrangente, e indica que o que acontece
depois, como novos casamentos e rompimentos posteriores, também pode virar um
padrão a ser perpetuado.
Os pesquisadores
utilizaram uma amostra de 7.152 pessoas acompanhadas por pelo menos 24 anos
para chegar às conclusões. Foram levantadas não apenas informações sobre
casamentos e divórcios, mas também sobre relacionamentos em que os parceiros
apenas dividiram o mesmo teto.
Para os autores, quando
os filhos veem a mãe morando junto com outra pessoa, sem se casar, eles passam
a ver esse tipo de relacionamento como mais atraente. E justamente pelo fato de
não ter tanto compromisso em jogo, quanto num casamento, essas relações são
mais propensas a terminar.
Uma das hipóteses
levantadas é que separações sempre causam alguma dificuldade financeira, uma
vez que os parceiros deixam de rachar as despesas. Esse tipo de problema
poderia ter um impacto no amadurecimento dos jovens, que passariam a ter
parcerias mais instáveis no futuro. Mas, ao controlar fatores econômicos, os
resultados não mudaram muito, então a teoria foi descartada.
A equipe acredita que,
além do exemplo, certas características de personalidade e habilidades para se
relacionar são transmitidas para os filhos, para o bem ou para o mal. Muitas
vezes essa tendência a mudar de relacionamento com muita frequência tem a ver
com dificuldades para lidar com conflitos ou até problemas psicológicos, e isso
pode ser herdado pelos genes ou pela convivência.
Claro que existem
exceções. Não é incomum vermos jovens que são mais criteriosos e até demoram
mais para juntar os trapos, ou que fazem o possível para preservar o casamento,
justamente por ter sofrido na infância com a separação dos pais. Isso prova que
nem todo mundo está predestinado a repetir o padrão materno.
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