O Campeonato Brasileiro
começa no próximo fim de semana e parte dos clubes ainda está em busca da
contratação de um técnico. A poucos dias da estreia, Atlético-MG, Goiás e Vasco
estão sem treinador, enquanto na tarde de segunda-feira (22) o Ceará anunciou
Enderson Moreira para o cargo.
A tradicional ciranda
de técnicos começou mais cedo. Em vez de os profissionais perderem o emprego
depois de resultados ruins no início do Campeonato Brasileiro, agora foi a vez
do ciclo de demissões ter início durante os Campeonatos Estaduais. Dos 20 times
da Série A, oito já trocaram de técnico até agora na temporada.
As derrotas nas finais
dos estaduais custaram a demissão de três treinadores só no último domingo.
Lisca foi desligado do Ceará, Alberto Valentim caiu Vasco e Mauricio Barbieri
deixou o Goiás. Todos perderam a decisão para os principais rivais locais.
"Não faltou
empenho e profissionalismo da minha parte. Deixo o clube com a certeza de que
montamos um bom grupo e que ele tem condições de fazer uma campanha digna das
tradições do Goiás no Brasileiro", disse Barbieri, que lamentou ter
deixado o cargo após conseguir um aproveitamento de 73% dos pontos.
Outro clube com o cargo
vago no comando é o Atlético-MG. A diretoria anunciou há quase suas semanas a
saída de Levir Culpi, logo depois de derrota por goleada por 4 a 1 na Copa
Libertadores para o Cerro Porteño, no Paraguai. A solução para a lacuna deve
ser tirar um treinador que esteja empregado em outra equipe. Depois de tentar
sem sucesso conversar com Tiago Nunes, do Athletico-PR, a equipe vai negociar
com Rogério Ceni, do Fortaleza.
"Nós vamos
trabalhar dentro daquilo que for melhor para o Atlético, porque, se não for
assim, vamos ter que trabalhar só com banco de dados de profissionais que
estão, eventualmente, fora do mercado. Futebol nunca foi assim", afirmou o
diretor de futebol do Atlético-MG, Rui Costa.
Quem também passou por
trocas recentes no comando foram outros quatro times da Série A. O São Paulo
afastou André Jardine em fevereiro e passou a contar com Cuca a partir de
abril. A Chapecoense trouxe Ney Franco para substituir Claudinei Oliveira, o
Bahia trocou Enderson Moreira por Roger Machado e o Botafogo escolheu Eduardo
Barroca após demitir Zé Ricardo.
A solução para quem
está o cargo de técnico vago pode ser recorrer justamente a quem perdeu emprego
recentemente. O Ceará, por exemplo, apostou na contratação de Enderson Moreira,
demitido pelo Bahia no fim de março.
O Vasco tem como
principal alvo Dorival Junior, que dirigiu o Flamengo no fim do ano passado, e
Jair Ventura, desligado do Corinthians em dezembro. Outro nome cotado para
essas equipes é o de Vanderlei Luxemburgo, sem clube desde o trabalho no Sport,
encerrado em outubro de 2017.
EXCEÇÃO
-
O técnico mais longevo da Série A é Mano Menezes, do Cruzeiro, que está no
cargo desde julho de 2016 e conquistou quatro títulos, com duas Copas do Brasil
e dois Campeonatos Mineiros. Apenas nesse mesmo período o São Paulo, por
exemplo, teve sete treinadores diferentes (Edgardo Bauza, Ricardo Gomes,
Rogério Ceni, Dorival Junior, Diego Aguirre, André Jardine e Cuca).
A rotatividade intensa
dos técnicos levou a CBF a propor para o Brasileirão deste ano o limite de
apenas uma troca permitida no comando de cada uma das equipes ao longo da
competição. A sugestão, no entanto, acabou recusada pela maioria dos clubes em
votação realizada em fevereiro.
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