Um estudo publicado pela Academia Americana de
Pediatria na última sexta-feira (12) revelou que crianças com
até seis anos de idade têm ingerido objetos estranhos, como moedas e
brinquedos, com mais frequência.
Realizado entre 1995 e 2015,
o estudo avaliou os casos recebidos de ingestão de objetos por crianças nos
prontos-socorros nos Estados Unidos, com a ajuda de dados do National
Electronic Injury Surveillance System (Sistema Eletrônico Nacional de
Vigilância de Lesões, em português). Os resultados apontam que mais de 759 mil
crianças deram entrada em hospitais norte-americanos com essa justificativa, o
que representa um aumento de 92% na incidência de casos assim durante os 21
anos de pesquisa. Em 89,7% das situações, os pacientes foram dispensados ao fim
da consulta, sem necessidade de internação ou outro procedimento para retirada
do objeto do estômago.
O documento também diz
que os objetos mais ingeridos por crianças até seis anos de idade foram moedas,
especialmente as equivalentes a um centavo de dólar -- em 2015, elas
representaram 58% das ingestões. Durante todo o estudo, 80% dos pacientes nos
prontos-socorros com esta queixa tinham engolido moedas.
Brinquedos, pilhas,
joias, pregos, parafusos, ímãs, produtos para cabelo e itens de decoração de
Natal também aparecem no documento como os itens mais comuns de serem engolidos
pelos pequenos. Meninas ingeriram mais joias e produtos capilares, enquanto
meninos são mais propensos a engolir parafusos e pregos.
Danielle Orsagh-Yentis,
principal autora do estudo e pesquisadora pediátrica em gastroenterologia no
Nationwide Children's Hospital em Columbus, Ohio, afirmou ao jornal "The
New York Times" que as descobertas são "chocantes", e que
"demonstram uma trajetória crescente".
Ela alerta,
especialmente, para a ingestão de pilhas e baterias que são frequentemente
usadas em brinquedos infantis e outros objetos facilmente encontrados em casa
-- as ingestões de bateria aumentaram em 150 vezes durante o período do estudo.
Orsagh-Yentis aconselha que pais e responsáveis fiquem mais atentos aos hábitos
dos filhos, para evitar que engulam itens potencialmente perigosos.
"Isso significa
manter os objetos em locais elevados para que as crianças não consigam
acessá-los com facilidade, mantê-los em locais seguros e, principalmente,
mantê-los fora da vista das crianças, para que não pensem neles", diz.
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