A cena foi curiosa. Sornoza se destacou entre os jogadores do Corinthians que deixavam a Arena ontem à noite, após vencer o São Paulo por 2 a
1 e conquistar o título paulista. Em meio aos seus
familiares, o equatoriano levava uma das bolas usadas na finalíssima do
Estadual, segundo ele aquela com a qual deu a assistência para Vagner Love
decidir o clássico.
Foi o nono passe para gol de Sornoza em 2019. Não o primeiro com a bola
rolando, mas fatalmente o mais importante do ano até aqui. O meia é cobrado
justamente pela baixa produção além da bola parada, mas ontem respondeu às
críticas da melhor maneira. Em contra-ataque puxado aos 44 minutos do segundo
tempo, ele primeiro afastou a bola de qualquer forma, depois a recuperou,
colocou na frente e deixou Love de cara para Tiago Volpi. Aí, o gol do título.
É uma espécie de redenção de Sornoza, que apesar dos números de
"garçom" é questionado por maior participação no jogo de bola
rolando. Ele é disparado o líder de assistências no Corinthians, mas é rotulado
por parte da torcida como lento e pouco participativo com a bola rolando.
Perguntado sobre o camisa 7, Fábio Carille admitiu ontem em entrevista
coletiva que o atleta "tem oscilado com a equipe" e que pode jogar
melhor. "Vai crescer com o tempo. É analisar melhor como cada jogador
gosta de receber a bola", afirmou o treinador, que deixou Sornoza no banco
de reservas na primeira final, mas na decisão o usou por 90 minutos.
Nasce aí o simbolismo em Sornoza levar a bola para casa após a final. É a
bola que prova ao torcedor que ele é capaz de decidir também em lances construídos,
não só nos escanteios e faltas que cobra com muito veneno em direção à área.
Seu primeiro título no Corinthians foi conquistado com protagonismo.
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