terça-feira, 9 de dezembro de 2014

QATAR PAGOU SUBORNO PARA SEDIAR COPA DE 2022, EX-ASSESSORA...

FONTE: O Globo, CORREIO DA BAHIA.
Phaedra Almajid, ex-chefe de comunicações da candidatura do país, afirma ter testemunhado, em janeiro de 2010, o pagamento de suborno a dirigentes africanos.
A revista “France FOOTBALL ” traz na edição que chegou às bancas da Europa nesta terça-feira (9) novas evidências de suposta compra de votos no processo de escolha do Qatar para sede da Copa do Mundo de 2022. Em entrevista à publicação francesa, Phaedra Almajid, ex-chefe de comunicações da candidatura do país, afirma ter testemunhado, em janeiro de 2010, o pagamento de suborno a dirigentes africanos. 

A cena, segundo ela, ocorreu em uma suíte de HOTEL  em Luanda, capital de Angola, onde era realizado o Congresso da Confederação Africana. A OFERTA  inicial teria sido de US$ 1 milhão. O dirigente africano, porém, teria exigido, de acordo com Phaedra, US$ 1,5 milhão. O pagamento foi feito em forma de “doação”, disse ela.
O relato da ex-chefe de comunicações da candidatura qatári é estarrecedor. Ela contou à revista que, após a oferta inicial de US$ 1 milhão, o dirigente africano, "sem olhar para seus interlocutores, reagiu: "Um milhão de dólares? E por que não US$ 1,5 milhão?".
No que o enviado do Qatar teria respondido “sim”, e que, em troca, gostaria do apoio do africano. Phaedra Almajid garantiu à “France FOOTBALL ” que “essa mesma cena se repetiu com outros dois líderes do futebol africano”.
Phaedra Almajid revelou à revista que decidiu falar após ter seu anonimato “comprometido” pelo juiz alemão Hans-Joachim Eckert, presidente da Câmara de Julgamento da Comissão de Ética da Fifa, no resumo do relatório do ex-procurado norte-americano Michael Garcia, responsável pelas investigações do escândalo de suposta compra de votos não só pela candidatura do Qatar-2022, mas também a da Rússia-2018.
Em novembro, Eckert chegou a dar o caso por encerrado e a dizer que não havia provas suficientes sobre a suposta corrupção. Também disse que não poderia revelar a íntegra do relatório, para proteger a identidade das testemunhas e de dirigentes considerados apenas suspeitos.
Na época, Michael Garcia reagiu inconformado e acusou o juiz de fazer “interpretações incompletas e equivocadas” sobre seu relatório. E voltou a exigir a divulgação da íntegra do DOCUMENTO . A pressão de Garcia e de vários figurões do futebol mundial pareceu sensibilizar Eckert, que revisou sua conclusão, e a própria Fifa. A entidade máxima do futebol, então, em conformidade com o juiz, entregou o relatório à Justiça da Suíça.

"Eckert e a Fifa não foram leais comigo. Ele me jogou aos leões ao me identificar no seu relatório", disse a assessora à “France FOOTBALL ”.

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