FONTE: O Globo, CORREIO DA BAHIA.
Phaedra Almajid,
ex-chefe de comunicações da candidatura do país, afirma ter testemunhado, em
janeiro de 2010, o pagamento de suborno a dirigentes africanos.
A revista “France FOOTBALL
” traz na edição que
chegou às bancas da Europa nesta terça-feira (9) novas evidências de suposta
compra de votos no processo de escolha do Qatar para sede da Copa do Mundo de
2022. Em entrevista à publicação francesa, Phaedra Almajid, ex-chefe de comunicações
da candidatura do país, afirma ter testemunhado, em janeiro de 2010, o
pagamento de suborno a dirigentes africanos.
A cena, segundo ela, ocorreu em uma suíte de HOTEL
em
Luanda, capital de Angola, onde era realizado o Congresso da Confederação
Africana. A OFERTA
inicial
teria sido de US$ 1 milhão. O dirigente africano, porém, teria exigido, de
acordo com Phaedra, US$ 1,5 milhão. O pagamento foi feito em forma de “doação”,
disse ela.
O relato da ex-chefe de comunicações da candidatura
qatári é estarrecedor. Ela contou à revista que, após a oferta inicial de US$ 1
milhão, o dirigente africano, "sem olhar para seus interlocutores, reagiu:
"Um milhão de dólares? E por que não US$ 1,5 milhão?".
No que o enviado do Qatar teria respondido “sim”, e que,
em troca, gostaria do apoio do africano. Phaedra Almajid garantiu à “France FOOTBALL
” que “essa
mesma cena se repetiu com outros dois líderes do futebol africano”.
Phaedra Almajid revelou à revista que decidiu falar após
ter seu anonimato “comprometido” pelo juiz alemão Hans-Joachim Eckert,
presidente da Câmara de Julgamento da Comissão de Ética da Fifa, no resumo do
relatório do ex-procurado norte-americano Michael Garcia, responsável pelas
investigações do escândalo de suposta compra de votos não só pela candidatura
do Qatar-2022, mas também a da Rússia-2018.
Em novembro, Eckert chegou a dar o caso por encerrado e a dizer que não havia
provas suficientes sobre a suposta corrupção. Também disse que não poderia
revelar a íntegra do relatório, para proteger a identidade das testemunhas e de
dirigentes considerados apenas suspeitos.
Na época, Michael Garcia reagiu inconformado e acusou o
juiz de fazer “interpretações incompletas e equivocadas” sobre seu relatório. E
voltou a exigir a divulgação da íntegra do DOCUMENTO
. A pressão de
Garcia e de vários figurões do futebol mundial pareceu sensibilizar Eckert, que
revisou sua conclusão, e a própria Fifa. A entidade máxima do futebol, então,
em conformidade com o juiz, entregou o relatório à Justiça da Suíça.
"Eckert e a Fifa não foram leais comigo. Ele me
jogou aos leões ao me identificar no seu relatório", disse a assessora à
“France FOOTBALL
”.
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